PETRóLEO

Angola regista estabilidade na produção petrolífera

PCE da Unidade de Trading e Shipping, Luís Manuel - DR
PCE da Unidade de Trading e Shipping, Luís ManuelImagem: DR

26/07/2023 07h53

Luanda - O presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócios de Trading e Shipping da Sonangol, Luís Manuel, disse, terça-feira, em Luanda, que a produção petrolífera do país tem permanecido estável e sem declínios acentuados, nos últimos tempos, fruto de várias acções em curso, anunciou o JA, que cita a Lusa.

Para o gestor, segundo afirmou, a produção petrolífera tem estado estacionária há já algum tempo.

"Têm sido tomadas uma série de acções que têm estado a estabilizar o progresso do declínio. Se têm estado a acompanhar, não há um declínio hoje que traga os níveis de produção abaixo de cerca de um milhão de barris/dia”, disse Luís Manuel.

O PCE da Unidade de Trading e Shipping considerou que, neste momento, não se pode afirmar que o declínio afecta mais do que o impacto da variação do preço do Brent nos resultados que se têm estado a reportar.

Os volumes exportados por Angola e o preço médio do petróleo bruto no mercado internacional constituem os factores mais relevantes em relação ao resultado que o país tem estado a alcançar.

"A nossa produção tem estado estável e sem declínios acentuados. Ultimamente, temos estado na cifra de um milhão e pouco de barris por dia”, referiu à imprensa.

Exportações

Angola exportou, no 2º trimestre deste ano, um total de 94 milhões de barris de petróleo bruto, que representa uma receita avaliada em mais de sete mil milhões de dólares, ao preço médio ponderado de 76,198 dólares por barril.

Comparativamente ao 2º trimestre de 2022, registou-se uma diminuição de 9,47 por cento, em que o país exportou 104 milhões de barris de petróleo bruto, obtendo uma receita avaliada em mais 12 mil milhões de dólares, ao preço médio ponderado de 113,863 dólares por barril.

Estes dados foram apresentados terça-feira, em Luanda, pelo director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Alexandre Garrett, quando fazia a apresentação sobre as exportações de petróleo bruto e gás, referentes ao 2º trimestre de 2023.

Com este resultado, o país regista uma queda de receita avaliada em cinco mil milhões de dólares, devido ao valor de sete mil milhões de dólares arrecadados no 2º trimestre de 2023. Em relação ao volume das exportações verificadas no 2º trimestre de 2022, no valor de 88 milhões de barris de petróleo bruto, registou-se um aumento de 6,71 por cento.

De acordo com Alexandre Garrett, quanto ao valor resultante das exportações, observou-se um acréscimo de 3,34 por cento, comparativamente ao 1º trimestre de 2023, e uma diminuição de 39,41 por cento, em relação ao 1º trimestre de 2022. Disse que do volume total exportado, avaliado em 94 milhões de barris de petróleo bruto, 22,35 por cento pertencem à Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e 16,35 por cento à Sonangol.

Quanto às companhias estrangeiras destacam-se a Total Energies (14,40 por cento), BP (10,31 por cento), SSI (8,09 por cento), Eni (7,81 por cento), Esso (6,95 por cento), Cabgoc (5,99 por cento) e Equinor (5,10 por cento). Para o gestor, as principais ramas comercializadas durante o 2º trimestre deste ano foram a Mostarda (11,93 por cento), Dalia (11,17 por cento), Nemba (10,05 por cento), Clov (9,63 por cento) e Pazflor (7,06 por cento).

Os principais destinos da exportação de petróleo foram a China (64,25 por cento), Índia (6,20 por cento), Brasil (4,25 por cento) e Espanha (4,05 por cento). No 2º trimestre de 2022, foram a Itália (6,32 por cento), Holanda (6,40 por cento), Índia (7,31 por cento) e China (54,79 por cento).

Preços das ramas angolanas

Durante o 2º trimestre de 2023, os preços das ramas angolanas tiveram uma tendência decrescente. A média trimestral foi de 76,198 dólares por barril, enquanto a média do Brent datado foi de 78,053 dólares por barril.

O preço médio de exportação mais alto foi de 78,808 dólares por barril, registado na rama Olombendo, e o mais baixo foi de 70,735 dólares por barril, registado na rama Gimboa.

Alexandre Garrett disse que o volume de LNG, LPG e Condensados exportados, durante o 2º trimestre de 2023, totalizou 1.124.592 toneladas métricas, valorizadas em 542.368.323,62 dólares, a preço de 482,280 dólares. Comparando com o 2º trimestre de 2022, o volume de LNG, LPG e Condensados exportados totalizou 945.544 toneladas métricas, valorizadas em mais de 1.060 milhões de dólares.

O LNG foi exportado mais para a Holanda (23,30 por cento), França (15,48 por cento), Alemanha (15,38 por cento) e Índia (22,87 por cento). O Gás Butano teve como destino a China; o propano para Porto Rico (13,87 por cento) e China (9,62 por cento).

Variações de preço

Alexandre Garrett apontou que o sentimento macroeconómico desfavorável, dificuldade da China em recuperar-se da situação pós-Covid-19, sinais de abrandamento económico nos Estados Unidos da América, devido às políticas da Reserva Federal (FED), as preocupações de recessão económica, aumento das taxas de juro dos bancos centrais, fraca procura chinesa e o aumento da produção da Rússia e do Irão são tidos como os principais factores que contribuíram para a diminuição do preço do petróleo.

O director do GEPE indicou, ainda, que o anúncio dos cortes de produção da OPEP, prolongamento dos cortes para 2024, fortalecimento das actividades económicas dos Estados Unidos e o aumento das margens de refinação nos principais pólos comerciais e o aumento da procura dos combustíveis são tidos como os principais factores do aumento do preço do petróleo no mercado internacional.

 

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