Doha – O Qatar manifestou a pretensão de importar hortícolas e frutas de Angola para suprir as necessidades do seu mercado, sobretudo no verão, altura em que condições climáticas do país são desfavoráveis para a produção agrícola.

O interesse foi transmitido ao secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João da Cunha, durante um encontro que manteve, recentemente, em Doha, com o director do Departamento de Pesquisa Agrícola do Qatar, que serviu para se inteirar do trabalho de investigação desta instituição.

“Ficamos bastante surpreendidos com a vontade, o interesse que o Qatar manifestou. Eles têm algumas dificuldades em termos de abastecimento de produtos hortofrutícolas e manifestaram interesse no sentido de trabalharmos em conjunto com à vista a criar condições para trazer para o Qatar produtos hortofrutícolas para abastecer o mercado”, disse.

Indicou que essa cooperação poderá trazer benefícios trangíveis para o país, uma vez que possibilitará a venda de muitos produtos nacionais.

Além disso, João da Cunha afirmou à ANGOP que o país poderá beneficiar de tecnologia e acesso a fundos que o Qatar tem desponível para o sector da pesquisa e, com base nessa interecção, criar mais emprego e riqueza em Angola.

Caso haja intercâmbio tecnológico com o Qatar, Angola poderá alcançar boas performances, melhorar a sua capacidade produtiva e a rendabilidade, segundo o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária.

Salientou que o objectivo da visita ao instituto foi tirar ilações sobre o seu potencial, para uma futura cooperação, em caso de decisão superior, no domínio da pesquisa na área da irrigação, em que o Qatar “está bastante avançado nas hortículas e biotecnologias para a produção de plantas ornamentais de frutas e plantas para o reflorestamento de Angola”.

O secretário de Estado, que integrou a delegação que participou no Dia Nacional de Angola na Expo Doha 2023 (4 de Fevereiro), liderada pela ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, afirmou  que estiveram no encontro pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias do Huambo da Universidade José Eduardo dos Santos e do Instituto Nacional do Café.

Explicou que a participação de pesquisadores no encontro, que considerou como exploratório, teve a ver com o facto de haver “uma boa interacção” entre o Departamento de Pesquisa Agrícola do Qatar e a universidade.

“Todas as tecnologias fazem parte de um leque de informações que tentamos explorar com maior profundidade neste encontro, e acreditamos que junto dos nossos superiores hierárquicos teremos matéria para interagir e ver até que medida valerá a Angola abraçar e trabalhar com essas instituições do Qatar, com vista à tirarmos algum proveito, numa perspectiva de ganha-ganha na cooperação”, concluiu.