Luanda – O Banco Internacional de Comércio (BIC) perspectiva encerrar proximamente 40 dos seus actuais 230 balcões instalados nas 18 províncias de Angola, devido a contínua depreciação da moeda nacional  Kwanza e o fraco poder de compra das famílias.

O presidente do Conselho Executivo do BIC, Hugo Teles, revelou que a instituição “não está a passar pela sua melhor fase, em termos de resultados financeiros”, tendo em conta a actual conjuntura económica e financeira do país.

Ao falar a imprensa, esta segunda-feira, à margem da assinatura de um protocolo de parceria entre o seu banco e novos investidores, enquadrado num projecto denominado “Crescer Juntos”, adiantou que o encerramento dos balcões pode provocar o despedimento de entre 300 a 400 trabalhadores.

Hugo Teles clarificou que o banco precisa de divisas para trabalhar, mas, às vezes, tem de emprestar a outras instituições, facto que complica cada vez mais o funcionamento da sua própria instituição, recordando que o BIC é o único que ainda não fechou balcões em Angola, mesmo com a actual realidade que o país atravessa.

O projecto "Crescer Juntos" tem beneficiado 25 organizações não governamentais (ONG) com 500 milhões de Kwanzas/ano, para financiar programas virados às acções sociais de apoio aos mais carentes, numa iniciativa do próprio banco. 

Criado em 2022, o projecto já permitiu a construção de 26 salas de aulas e apoiou duas mil e 500 crianças, que beneficiaram de bens alimentares, vestuário, assistência médica, escolas, entre outras acções, em todo o país.

O projecto apoiou igualmente a formação técnico-profissional de cerca de 700 pessoas e permitiu a inclusão social de 80 deficientes visuais, para além de ajudar a legalizar 14 ONG, que apoiam programas de auto-sustentabilidade.

Soube-se que este ano um terço dos 500 milhões disponibilizados anualmente já foi investido pelo banco, em parceria com os seus parceiros.

O presidente do Conselho Executivo do BIC assegurou que a sua instituição prevê manter o projecto activo, tendo em conta o número de pessoas alcançadas e a causa social que o banco abraça, e explicou que o "Crescer Juntos" congrega clientes, parceiros e entidades, que decidem sobre novos projectos sociais que precisam de apoio.

Recordou que os interessados devem candidatar-se ao projecto, por inscrição no site do banco ou em qualquer dependência do BIC, desde seja uma associação ou organização com programas virados ao combate à fome e pobreza, assim como a inclusão social dos mais necessitados.