Angola tem em curso 38 projectos de prospecção de ouro


Luanda – Angola tem actualmente em curso 38 projectos de prospecção de ouro, no valor de 120 milhões de dólares, e uma refinaria em desenvolvimento que deve começar a operar em 2025, foi revelado, segunda-feira última, em Luanda, por fonte governamental.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que falava na primeira edição das "Conversas sem Makas", da rádio privada MFM, adiantou que está em construção, em Luanda, uma refinaria de ouro, reconhecendo que a produção nacional ainda é muito pequena, mas o potencial é grande em várias províncias.
Localizada no Polo Industrial de Viana, em Luanda, num investimento de sete milhões de dólares, da empresa Geoangol, pertencente à diamantífera estatal Endiama, a refinaria terá uma capacidade de cerca de 25 quilogramas de ouro por dia.
Diamantino Azevedo adiantou ainda que o Plano Nacional de Geologia (Planageo) permitiu observar em Angola mais de 300 pontos de ocorrências de minerais críticos, cuja procura tem vindo a aumentar significativamente.
Segundo a agência Lusa, Diamantino Azevedo revelou que, até finais do ano passado, estavam licenciados 87 projectos de prospecção e 25 de exploração de ouro em Angola.
Sobre a Bolsa de Diamantes, iniciativa constituída pelas empresas públicas Sodiam e Endiama, para assegurar os leilões de diamantes a nível nacional, o ministro disse acreditar que estará em actividade, a partir de 2026.
Angola, que foi, em 2023, o quarto maior produtor de diamantes do mundo, prevê também um aumento da produção, dos actuais 9,77 milhões de quilates para 17,6 milhões de quilates, em 2027, com a entrada em funcionamento dos projectos diamantíferos de Yetwene, na província da Lunda Norte, e de Luele (Luaxe), na província da Lunda Sul.
O país conta actualmente com duas fábricas de lapidação, instaladas no Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo (Lunda Sul), devendo ser construído o novo Polo de Lapidação de Diamantes no Dundo (Lunda Norte).
No total, segundo Diamantino Azevedo, estão registados 588 títulos mineiros, relativos essencialmente à exploração de diamantes, mármores, calcário e ouro, dos quais cerca de 50 por cento são relativos a prospecção.
Assinalou que actualmente operam em solo angolano grandes empresas de mineração, como a Angloamerican, a Rio Tinto (terceira maior do mundo), De Beers, Pensana Metals, Minbos e Ivanhoe, bem como a russa Alrosa, que está de saída da sociedade mineira de Catoca, devido as sanções impostas à Rússia.
O governante considerou que a actividade mineira deve ser essencialmente desenvolvida por empresas, em detrimento das cooperativas, sublinhando, no entanto, que é necessário melhorar o sistema para permitir que mais angolanos entrem no domínio semi-industrial, previsto na legislação.
Quanto ao garimpo, salientou que é ilegal e não é uma actividade vantajosa, pelo que deve ser combatido, acrescentando que tem vários riscos associados, entre os quais o aumento da imigração ilegal e da prostituição.