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Angola é o maior parceiro económico da China em África

Luanda, capital de Angola
Luanda, capital de Angola Imagens: DR

Redacção

Publicado às 12h35 02/09/2024

Lisboa - Angola é o maior parceiro económico da China na África subsaariana, com empréstimos e financiamentos de mais de 45 mil milhões de dólares, entre 2000 e 2022, empregues em 258 projectos.

De acordo com o Centro de Desenvolvimento Global de Políticas da Universidade de Boston, de 2000 a 2022 a China emprestou mais de 45 mil milhões de dólares a Angola, seguido da Etiópia, com 14,1 mil milhões, e do Kenya, com 9,7 mil milhões de dólares.

No caso angolano, de acordo com o centro de estudo sobre a relação económica e financeira entre a China e África, os financiamentos mais avultados foram para os sectores energético, com 26 mil milhões de dólares, e dos transportes, com 6,2 mil milhões.

No total continental, segundo ainda os dados deste Centro que é geralmente reconhecido como a mais abrangente fonte de informação económica e financeira no relacionamento entre os dois blocos, desde o início deste século o gigante asiático emprestou 170 mil milhões de dólares para mil 243 iniciativas.

Deste total, quase 60 mil milhões de dólares foram canalizados para projectos na área da energia e quase 50 mil milhões foram para o sector dos transportes.

Apesar de ainda ser o maior parceiro do continente africano, o financiamento chinês aos países africanos caiu para menos de mil milhões de dólares, em 2022, representando o valor mais baixo em quase duas décadas.

Desde o pico de 28,5 mil milhões de dólares atingido em 2016, em 2021 a China fez apenas sete empréstimos no valor de 1,22 mil milhões de dólares, e, em 2022, o valor caiu para 994 milhões de dólares, com apenas nove financiamentos, o nível mais baixo desde 2004, segundo a agência Lusa.

"A pandemia da Covid-19 influenciou estes números, mas muita da descida explica-se com a redução do nível de exposição" à evolução das finanças públicas africanas, comentou um investigador do Centro, referindo-se à degradação da situação económica dos países africanos no seguimento da pandemia, que aprofundou dificuldades já existentes e obrigou vários países a renegociarem os termos dos empréstimos chineses, com alguns, como a Zâmbia e o Chade, a entrarem em incumprimento financeiro (default).

No caso particular de Angola, a China ofereceu, em 2021, uma moratória sobre o pagamento dos empréstimos durante dois anos, e já este ano aceitou que parte das verbas depositadas numa conta de garantia de pagamento dos empréstimos pudesse ser usada para ajudar o país a cumprir com as suas obrigações financeiras.

Para além dos investimentos feitos pela China, a dívida do segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana ao gigante asiático equivale a cerca de 40 por cento de toda a dívida externa, num montante a rondar os 17 mil milhões de dólares, disse recentementea ministra das Finanças angolana, Vera Daves de Sousa.

Estes temas, da divida, investimento e modelo de relação estarão nos debates no Fórum China-África (FOFAC 9), esta semana, que vai decorrer sob o lema 'Unir as mãos para avançar a modernização e construir uma comunidade de alto nível sino-africana com um futuro partilhado'.

O fórum realiza-se de 04 a 06 de setembro, em Pequim, com reuniões técnicas esta segunda-feira e contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e delegações da União Africana e dos países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China.

Angola está representada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António.

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