Assinado acordo para nova ligação ferroviária Angola e Zâmbia
Nova Iorque - o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D'Abreu, assinou, esta terça-feira, em Nova lorque, acordos de concessão para o financiamento, construção, propriedade e operação do projecto ferroviário que visa estabelecer uma nova ligação entre Angola e a República da Zâmbia.
Um comunicado de imprensa do Ministério angolano das Relações Exteriores indica que os acordos visam igualmente operacionalizar o Corredor do Lobito e foram assinados durante uma cerimónia organizada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, pela Parceria do G-7 para Infra-estrutura e Investimento Global (PGl) da Administração Biden.
Os acordos de concessão para o financiamento, construção, propriedade e operação do projecto ferroviário foram assinados com a Africa Finance Corporation (AFC) e com o Governo da Zâmbia, representado pelo seu Ministro dos Transportes, Frank Tayali, na presença do ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António.
O projecto contempla a construção de uma linha ferroviária nova, com aproximadamente 800 quilómetros, para ligar o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), em Luacano (Angola), a já existente linha ferroviária da Zâmbia, em Chingola.
O Corredor do Lobito é a rota mais curta para as exportações e importações, ligando as principais regiões mineiras, os pólos agrícolas e as empresas da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC) ao Porto do Lobito, como uma rota estratégica alternativa para os mercados internacionais de exportação destes dois países africanos, lê-se no comunicado de imprensa.
Prevê-se que a linha férrea crie benefícios económicos de aproximadamente três mil milhões de dólares para ambos os países, reduza as emissões atmosféricas em cerca de 300 mil toneladas por ano e possa gerar cerca de mil 250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.
A Africa Finance Corporation (AFC) é a promotora líder do projecto ferroviário Zâmbia-Angola, em colaboração com o Governo dos Estados Unidos, a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e os Governos de Angola, da República Democrática do Congo e da Zâmbia.
Após a assinatura dos acordos de concessão, a AFC assinou também um outro para receber um financiamento de dois milhões de dólares da Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos (USTDA), para a conclusão dos estudos ambientais e sociais do projecto, visando garantir que o projecto ferroviário Angola - Zâmbia esteja alinhado com as melhores práticas e padrões ambientais internacionais.
Os acordos foram assinados à margem da 79ª Assembleia Geral da ONU.