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Angola não pediu ao FMI novo programa de assistência financeira

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FMI Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h05 28/10/2024 - Actualizado às 11h05 28/10/2024

Washington - O representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Victor duarte Lledo, disse que o país não solicitou formalmente um programa de assistência financeira e vincou que o envio de notas técnicas é frequente na relação muito próxima que se desenvolve entre as partes.

"Não houve uma solicitação formal de um programa com o FMI, mas continuamos basicamente a manter um diálogo muito próximo com as autoridades, desde o final do programa de 2021, em duas modalidades: aconselhamento sobre políticas económicas e assistência técnica e capacitação", disse Victor Duarte Lledo, de nacionalidade brasileira, em declarações à Lusa.

Falando à margem dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial, que terminaram, sábado último, em Washington, adiantou que "esse tipo de notas e aconselhamento são muito comuns, são relatórios e notas específicas que passamos a pedido das autoridades, do governo e das autoridades monetárias".

Questionado sobre se o anúncio do pedido de uma nota técnica sobre as opções de financiamento, confirmado à Lusa pela ministra das Finanças de Angola na semana passada, não é um primeiro passo para um programa de ajuda financeira, reconheceu que a sua instituição tem tido um envolvimento muito forte de assistência técnica e capacitação.

"Angola é um dos maiores recipientes de assistência técnica na África subsaariana e temos várias missões para reforçar as capacidades técnicas das instituições, focadas principalmente nas políticas fiscal, monetária e financeira", justificou.

"Estamos a preparar uma missão, no âmbito do Artigo IV [análise anual do FMI à economia de um país -membro], no início de Dezembro, e é aí que faremos a avaliação das políticas e reformas do último ano, e do que as autoridades estão a prever implementar no ano seguinte", enfatizou, revelando que as conclusões serão divulgadas, em Fevereiro ou Março de 2025.

De salientar que, quinta-feira última, a agência de informação financeira Bloomberg noticiou que Angola estava em negociações com o FMI para um novo programa de assistência financeira, citando a ministra das Finanças, Vera Daves. "Estamos em negociações, até temos uma nota com as opções", disse a governante, acrescentando que, "depois da avaliação técnica, a discussão será política".

Em declarações à Lusa Vera Daves de Sousa afirmou que foi pedido ao FMI uma nota com opções sobre aquilo que poderia ser um programa, estando o mesmo em análise no Ministério das Finanças, e esclareceu que não se iniciou qualquer tipo de negociação.

"Pedimos informação e estamos a analisá-la, mas ainda não tivemos oportunidade de discutir a outros níveis, dentro do Governo, é mesmo um trabalho técnico interno do Ministério", enfatizou a ministra das finanças. 

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