PETRóLEO
Plano director do gás natural vai à consulta pública

08/10/2024 11h45
Luanda - A proposta do Plano Director do Gás Natural (PDG) vai à consulta pública para recolha de contribuição e enriquecimento, no quadro da estratégia do Executivo angolano para promover e desenvolver o sector do petróleo e gás no país.
A consulta, promovida pelo Ministério dos Recursos Mineiras, Petróleo e Gás, visa aprimorar o plano director, tornando-o mais robusto e inclusivo, e a sua elaboração constitui uma das tarefas prioritárias do Plano Nacional de Desenvolvimento, até 2027.
De acordo com um documento divulgado pelo Jornal de Angola, a estratégia do Executivo visa o desenvolvimento de uma cadeia de valor do gás natural, de modo a torná-la mais dinâmica, sustentável e de forma orientada, tendo em consideração os seus recursos, o mercado, as infra-estruturas e o quadro legal e regulatório, além de maximizar os efeitos do ambiente.
A proposta do Plano Director do Gás Natural salienta que a cadeia de valor do produto é incipiente, estando acima de 90 por cento do volume processado e exportado pela fábrica ALNG, que é um projecto pioneiro de aproveitamento comercial do Gás Natural em Angola.
O volume de gás remanescente, acrescenta o documento, contribui unicamente para a segurança energética do país, em especial em épocas de estiagem.
Para que o PDG cumpra com a sua visão estratégica de curto, médio e longo prazos, esclarece a proposta, torna-se necessário que o mesmo esteja alinhado com os objectivos dos instrumentos do Sistema Nacional de Planeamento, nomeadamente o Plano de Desenvolvimento Nacional (2023-2027) e a Estratégia de Desenvolvimento de Longo Prazo Angola 2050.
Na proposta, o Executivo considera importante também referir a necessidade de haver uma articulação entre o PDG e os Planos Directores Municipais (PDM), por via da interacção com os ministérios das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, da Administração do Território e do Planeamento, e com os Governos das Províncias onde serão implementados os projectos de gás.
Para elaboração do PDG foram considerados quatro pilares, nomeadamente recursos de gás natural, infra-estruturas, mercado e quadro legal e regulatório.
De acordo com a proposta do Plano Director do Petróleo e Gás, as reservas de Angola do produto, em 2023, foram estimadas em 5,8 triliões de pés cúbicos, tendo em conta sete blocos e os campos da Bacia do Baixo Congo, fornecedores de gás natural à fábrica Angola LNG.
O actual fornecimento de gás natural realiza-se por via das instalações petrolíferas localizadas em sete blocos da Bacia do Baixo Congo, de um total de 16, em produção.
A partir dos blocos fornecedores, o escoamento/transporte do gás para o grande consumidor, a Angola LNG, é feito através da rede de gasodutos de gás associado, com uma extensão de mais de 500 quilómetros, com pontos de interligação que têm tido um papel determinante no desenvolvimento da produção.
Para interligação e escoamento de gás de novos blocos fornecedores, o PDG preconiza a expansão da rede existente e implantação de gasodutos principais ao longo do país com o suporte de estudos de viabilidade técnico-económica.
Estima-se a curto e médio prazos, na Bacia do Baixo Congo, o desenvolvimento de projectos nos blocos 0 e 17/06 para o escoamento para as províncias de Cabinda e Zaire.