Produção de energia poderá atingir nove mil megawatts até 2027


Luanda - Angola prevê atingir, até 2027, uma capacidade eléctrica de nove mil megawatts, com a finalização do aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça e outros empreendimentos de matriz solar fotovoltaica limpa, revelou, esta segunda-feira, em Luanda, o secretário de Estado da Energia, Arlindo Bota Carlos.
Actualmente, adiantou, Angola conta uma capacidade instalada de produção energética de seis mil e 400 megawatts.
Ao discursar na abertura da quinta reunião da Associação das Empresas de Electricidade de África (ASEA), que decorre durante três dias em Luanda, sublinhou que o país vai atingir tal capacidade, incluindo a produção dos parques de energia limpa de Laúca, com 400 megawatts, e de Catete, com 104 megawatts.
Arlindo Carlos afirmou que, além da produção hidro-eléctrica, Angola está empenhada em modernizar e diversificar a sua matriz energética, tendo concluído recentemente sete centrais fotovoltaicas, que produzem 300 megawatts.
Salientou que, no âmbito do seu Plano Nacional de Desenvolvimento, Angola prevê a construção de interligações com as regiões central e austral de África, com destaque para a Namíbia, Zâmbia e República Democrática do Congo.
Considerou que a realização da quinta reunião da ASEA é importante no processo de integração energética das regiões de África e que visa criar condições que viabilizam as interligações necessárias para a concretização do mercado único de electricidade em África.
Como desafios apontou a garantia de energia suficiente, fiável e de baixo custo à população, assim como a promoção de um desenvolvimento mais sustentável para a agenda 2063 da União Africana.
Defendeu que a construção de uma África Integrada, próspera e pacífica só será concretizada por meio de desenvolvimento de sistemas de energia intra e inter-regional robusto, que sirva de base a uma rede eléctrica continental interligada, facilitando a criação de um mercado único de electricidade.
Reiterou que, para se alcançar tal objectivo, além de investimentos técnicos e tecnológicos, é essencial preparar os profissionais do sector eléctrico africano nas suas diversas especialidades.
A reunião visa tomar decisões para alcançar objectivos na eficiência energética, energias renováveis, electrificação rural, gestão comercial e financiamento do sector eléctrico em África, formação e desenvolvimento dos recursos humanos, governança e estratégia, bem como normatização, elemento essencial para garantir a segurança dos sistemas no continente.
O encontro decorre sob o lema "Diálogo dos profissionais africanos de electricidade " rumo ao vigésimo primeiro congresso da associação.
A ASEA, inicialmente conhecida como União das Empresas Produtoras e Exportadores e Distribuidoras de Electricidade em África, celebra 55 anos de existência este ano, congregando actualmente 54 empresas de 47 países africanos, além de várias iniciativas públicas e privadas que trabalham em prol do desenvolvimento energético do continente.