FINANçAS

Standard & Poor's mantém rating de Angola em B-

Agência Standard & Poor`s Imagem: Divulgação

18/02/2025 11h06

Londres - A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) mantém o "rating" de Angola em B-, com perspectiva de evolução estável, devido às grandes necessidades de financiamento, equilibradas com um ambiente favorável no sector do petróleo.

Os analistas da agência esclarecem, numa nota publicada pela Lusa, que o "rating" de Angola é condicionado pelo baixo Produto Interno Bruto (PIB) "per capita", pela elevada dependência do petróleo e por um quadro institucional fraco, embora em melhoria gradual.

"Estes factores mantêm Angola altamente susceptível a choques externos e à dinâmica global do sector petrolífero e resultam numa inflação estruturalmente elevada e em finanças públicas relativamente fracas", escrevem os analistas na nota que dá conta da decisão de manter a opinião sobre a qualidade do crédito soberano em B-, abaixo da recomendação de investimento.

No seu texto, a agência sublinha que "as pressões de liquidez, a curto prazo, diminuíram em grande parte, depois de o Governo angolano ter reduzido a dívida externa pendente, em quatro mil milhões de dólares, em 2024, mas a derrapagem fiscal, a susceptibilidade a choques externos, particularmente um choque do preço do petróleo, e a elevada dolarização da economia, representam um risco persistente".

O serviço da dívida, apesar de estar a reduzir, continua a ser um problema para a economia angolana, devido ao "elevado e dispendioso serviço da dívida", a que se juntam os gastos com os subsídios aos combustíveis e o "rápido aumento dos custos salariais", adianta a nota de esclarecimento da Standard & Poors.

Segundo a agência, antevê-se que a economia angolana cresça em média 2,7 por cento, até 2028, "apoiada por volumes de produção de petróleo razoavelmente estáveis, juntamente com a melhoria da actividade do sector não petrolífero", prevendo também que o défice orçamental vá crescer para 1,5 por cento, devido aos aumentos salariais e aos gastos com os combustíveis, apesar de que o Governo previa ser de 0,02 por cento, no ano passado, mas tendo terminado em 1,2 por cento. 

"Antevemos um ritmo mais lento de redução dos encargos com os subsídios aos combustíveis, o que representa um significativo abrandamento da política orçamental, em comparação com a abordagem muito rígida dos últimos anos, o que pode resultar na acumulação de mais dívida e aumentar o custo do serviço da dívida de 2026 a 2028", alertam os analistas da agência.

Rcordam que o custo dos juros da dívida vale 25,8 por cento das receitas do Estado este ano, abaixo dos 30,4 por cento registados no ano passado.

Quanto ao crescimento da economia, a agência estima que Angola cresça 2,5 por cento, este ano, quase metade dos 4,7 por cento registados, em 2024, e depois estabilize nos 2,8 por cento, até 2028.

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