Navio-plataforma FPSO Agogo a caminho do país abre boas perspectivas de produção


Luanda - O navio-plataforma "FPSO Agogo" que serve para explorar petróleo e gás em alto-mar, com uma capacidade de produção de 70 mil barris por dia, está a caminho do país, anunciou quinta-feira, em Luanda, o Ministro dos Recurso Minerais, Petróleo e Gás.
Segundo o JA Online, Diamantino Azevedo adiantou a informação durante o discurso de abertura no acto das Jornadas Científicas em Alusão ao Dia do Trabalhador Mineiro sob o lema "Mineração responsável pelo futuro brilhante".
O governante disse que a Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO Agogo) terminou de ser construída há um mês , está a caminho do país e vai antes do fim do ano entrar em produção e contribuir com cerca de 70 mil barris de petróleo por dia.
Sublinhou que a infra-estrutura já foi construída com uma componente ambiental bastante grande em termos de descarbonização e redução de emissões.
Avançou que, segunda-feira, foi lançado na China o início da construção de um novo FPSO para o Projecto Caminho no Cabo Ledo, onde será aberta uma nova fronteira de exploração offshore de petróleo, sendo uma revolução em termos da produção de petróleo no mundo.
O FPSO do Projecto Caminho, explicou, demorou muito tempo, teve muitas controvérsias. Foi necessário renegociar até termos chegado ao acordo com o Grupo empreiteiro e agora iniciar a construção um de projecto com um custo capital de cerca de seis mil milhões de dólares.
Diamantino Azevedo afirmou que esses dois FPSO já tiveram em conta toda essa necessidade de explorar os recursos minerais, concretamente petróleo e gás, respeitando mais ainda o ambiente.
Garantiu que a indústria de petróleo continua a dar o seu contributo à economia do país e que o objectivo é maximizar cada barril de petróleo produzido no nosso país no sentido da sua transformação.
Em relação aos projectos em curso, frisou que, por isso, o sector continua empenhado na construção de refinarias, tendo reconhecido que não tem sido fácil devido à transição energética.
O ministro indicou que a solução para preservação do planeta é melhorar as refinarias, como aconteceu com o projecto da refinaria de Luanda, que actualmente produz quatro vezes mais gasolina do que antes e que não só aumentou a capacidade, mas diminuiu a produção de resíduos e de subprodutos como a nafta.
Reconheceu que o projecto em curso da refinaria de Cabinda, com capacidade para a produzir 30 mil barris por dia, tem tido um trajecto difícil, mas assegurou que ainda este ano vai iniciar a produção da primeira fase.
Afirmou que o desafio estende-se igualmente nas refinarias do Soyo e Lobito, que conta com uma capacidade para produzir 200 mil barris por dia e carece de financiamento.
Diamantino Azevedo destacou ainda o potencial do Terminal Oceânico da Barra do Dande, que aumentou em 560, 580 mil metros a capacidade de armazenamento de todos os derivados do petróleo em terra, desde a gasolina ao gás.
Por seu lado, o director Nacional dos Recursos minerais, Paulo Tanganha, afirmou que a actividade mineira em Angola é feita de forma sustentável de formas a garantir a protecção do meio ambiente.
O responsável falava à imprensa à margem da cerimónia de abertura das Jornadas Científicas em Alusão ao Dia do Trabalhador Mineiro sob o lema "Mineração responsável pelo futuro brilhante".
O lema desta jornada, disse, é "Mineração Responsável, Futuro Brilhante". Para atribuirmos direitos mineiros a qualquer empresa do sector privado, é exigido estudos de impacto ambiental para garantir que, após a actividade mineira de extracção, haverá actividade de recuperação ambiental, de modo a deixar essa área explorada útil para outras actividades económicas.
Paulo Tanganha salientou que as Jornadas do trabalhador Mineiro, lançada desde o dia 15 até ao dia 27 do corrente mês ,têm como objectivo trazer a informação ao público no geral sobre a importância do trabalhador do sector mineiro e valorizar os profissionais pelos esforços que fazem para conseguir trazer recursos minerais para a nossa indústria transformadora que sustenta a economia e a população.
"Não existe futuro sem matéria-prima. Para sustentar a actividade da nossa população. Alguém com esperança de vida de 78 anos precisa de cerca de 1.600 toneladas de recursos minerais. "
Já o consultor do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Mankenda Ambroise destacou alguns avanços do sector nos últimos 50 anos, tendo afirmado que o sector começou a evoluir desde colaboração de empresas nacionais e estrangeiras, constituindo assim a parceria público-privada.
Neste momento, disse, estamos a celebrar o Dia do Mineiro, devo dizer que o sector mineiro tem muitos ganhos, evoluiu muito a partir da nossa participação em conferências internacionais em Indaba, na África Sul, no Canadá, fez com que fizéssemos uma promoção agressiva que permitiu identificar que o país é um destino para investimentos mineiros.
O conhecimento que tínhamos, reconheceu, era ainda incipiente e isso nos obrigou a lançar um Plano Nacional de Geologia para melhorar o conhecimento e potencial mineiro de Angola.
Mankenda Ambroise considerou que actualmente o Plano Nacional de Geologia é um facto, pelo que se conseguiu mobilizar grandes empresas internacionais como a de BEERS, Anglo América e tantas outras que vieram , graças a esse trabalho.
Apelou aos os jovens recém-formados no sector mineiro para começarem com aquilo que já têm em mãos, porque o Estado não pode garantir emprego para todos. " um quadro novo, jovem, não deve se limitar a pensar só naquilo que deve vir, mas deve pegar naquilo que já tem em mãos e começar a marcar o primeiro passo".
De lembrar que o antigo Secretário de Estado no Ministério de Geologia e Minas e da Indústria, Mankenda Ambroise, foi condecorado pelo Chefe de Estado na categoria de Paz e Desenvolvimento no âmbito das comemorações dos 50 anos de Independência Nacional.