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Países da CPLP reunidos em Portugal na II Conferência

Países da CPLP reunidos em Portugal na II Conferência
Países da CPLP reunidos em Portugal na II Conferência Imagens: DR

Redacção

Publicado às 19h54 27/05/2025

Lisboa - A II Conferência de Energia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) arrancou nesta terça-feira, 27 de Maio, e decorre até quarta (28), no Centro de Congressos do Estoril, em Portugal, reunindo governantes, financiadores, empresários e especialistas do sector de energia, para debater formas da organização ser um bloco “relevante” nas políticas energéticas globais.

Segundo reportou a Lusa, o evento tem início um dia depois da III Reunião de Ministros da Energia da CPLP, na qual foi destacada a necessidade de um reforço da cooperação na área da energia entre os nove Estados-membros da comunidade.

De acordo com um comunicado, a II Conferência de Energia, que decorre sob o tema “Impulsionar uma Transição Energética Resiliente, Sustentável e Inclusiva para a CPLP”, para além de ser “um momento de partilha dos últimos desenvolvimentos e projectos âncora nas transições energéticas de cada Estado-membro, pretende promover novas parcerias e oportunidades de investimento e financiamento.”

Promovido pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a presidência em exercício da CPLP, o evento será coordenado pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e pela Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP), contando ainda com o apoio do Ministério do Ambiente e Energia de Portugal.

Além de ministros e outros representantes de Estados-membros da CPLP, o evento conta com a participação de representantes da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) e da Missão 300, sendo este um dos maiores veículos de financiamento de projectos para o sector nos próximos anos, entre outros intervenientes no sector.

A presidente da ALER, Mayra Pereira, defendeu que a CPLP deve “actuar como um bloco estratégico e afirmar-se como uma alternativa” em termos energéticos no mundo, visão que deve estar nos trabalhos da conferência.

Na semana passada, a responsável afirmou que o momento actual é único para a comunidade lusófona aproveitar as suas vantagens e reforçar a cooperação e parcerias entre os Estados-membros e empresários no sector da energia, num caminho para a transição energética, e “actuar como um bloco estratégico” em cimeiras e fóruns internacionais.

“Este propósito exige diplomacia económica, alianças temáticas e uma narrativa comum, que traduza as prioridades em propostas concretas, e permitirá à CPLP posicionar-se como uma das alternativas no mundo em termos energéticos”, frisou a responsável, acrescentando: “Temos uma grande vantagem: África é definitivamente um continente para o qual temos de olhar como uma oportunidade, e a maioria dos países da comunidade está no continente africano (…).

O Brasil está inserido como um dos maiores actores do G20 e com um posicionamento estratégico que poderá abrir grandes portas.”

Por outro lado, este é ano da COP 30, no Brasil – que vai decorrer de 10 a 21 de Novembro -, e Angola tem a presidência da União Africana (UA), a maior organização regional, além de “um actor financeiro que saiu de África”, numa alusão indirecta aos Estados Unidos da América (EUA), com a nova política de Donald Trump, “podendo entrar novos.

Neste momento, existe um potencial para os países CPLP se juntarem, para fazerem uma atracção de financiamento em conjunto” e assumirem “definitivamente uma posição mais unificada quando vão para fóruns internacionais”, insistiu Mayra Pereira.

Ao nível empresarial, a presidente da ALER vê no espaço da CPLP “um enorme potencial para joint ventures, parcerias, consórcios, missões empresariais conjuntas e investimentos em projectos de energias renováveis nos países parceiros da CPLP para onde se poderá transferir competências.”

No evento serão debatidas políticas públicas para a transição energética, planeamento energético, diversificação de combustíveis, sistemas eléctricos do futuro, descarbonização e economia verde, compactos de energia, financiamento e investimentos no sector, refere a CPLP numa nota.
A primeira conferência teve lugar há dez anos em Timor-Leste.

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