Luanda – Três acordos foram assinados no quadro da realização da décima sétima Cimeira de Negócios EUA-África, que decorre em Luanda, desde domingo último.

Entre os documentos rubricados, destaca-se o acordo de investimento entre a empresa tecnológica norte-americana Cybastion e a Angola Telecom, avaliado em 170 milhões de dólares, visando a modernização de infra-estruturas digitais e reforço da soberania digital do país.

O acordo prevê ainda a capacitação de quadros nacionais na área de cibersegurança, através da iniciativa “Digital Fast Track”, bem como a aceleração da transformação digital em África e a expansão da presença de empresas norte-americanas no continente.

Angola assinou ainda três memorandos de entendimento com instituições privadas norte-americanas e africanas, nomeadamente a parceria estratégica para a implementação de terminais de silos no país, a cooperação em projectos transfronteiriços e a integração dos mercados energéticos regionais e promoção da exportação de energia.

Os Estados Unidos anunciaram ainda um financiamento adicional de cerca de cinco mil milhões de dólares para expandir o projecto do Corredor do Lobito e atrair mais investimentos para a infra-estrutura, localizada em Angola, e que beneficia a Zâmbia e a RDC.

O anúncio foi feito pelo responsável sénior do Bureau dos Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano, Troy Fitrell, que sublinhou que metade do valor não estava previsto inicialmente, mas, dada a relevância estratégica do corredor, os investidores decidiram reforçar os recursos disponíveis.

Por seu lado, o Governo da Serra Leoa e a CEC Africa Sierra Leone Limited assinaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento do primeiro terminal de gás natural liquefeito importado dos EUA para a África Ocidental.

A infra-estrutura servirá de apoio ao projecto “Nant Power”, com uma capacidade de 108 megawatts, promovendo a transição energética e a industrialização daquele país.

A iniciativa será desenvolvida com a empresa norte-americana Atlantic Gulf and Pacific (AG&P), com financiamento e garantia da Corporação Financeira para o Desenvolvimento (DFC) americana.

Outro acordo relevante é a parceria entre a empresa Ruzizi III Holding Power Company Limited e a norte-americana Anzana Electric Group Limited, no âmbito do projecto hidroeléctrico de 206 megawatts, localizado entre o Rwanda e a RDC, num investimento estimado em 760 milhões de dólares.

A Anzana compromete-se a negociar, até setembro de 2025, uma participação mínima de 10 por cento no capital do projecto, que vai beneficiar cerca de 30 milhões de pessoas no Burundi, Rwanda e RDC, reforçando a segurança energética e a integração regional.

De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos da América em Angola e São Tomé e Príncipe, os três acordos rubricados, no âmbito da cimeira, reforçam o compromisso contínuo dos EUA com o desenvolvimento sustentável, segurança energética e inclusão económica no continente africano.

O Eximbank dos EUA anunciou a disponibilidade de um pacote financeiro de 100 mil milhões de dólares para empresários interessados em investir em vários sectores em África.

Em conferência de imprensa, a presidente da instituição, Tamara Maxwell, revelou que o banco possui um orçamento de 135 mil milhões de dólares, dos quais apenas 35 mil milhões foram utilizados até agora, apelando os empresários africanos a submeterem processos de acesso ao crédito.

 

Organizada pelo Corporate Council on Africa (CCA), em parceria com o Governo angolano, a décima sétima Cimeira de Negócios EUA-África, que reúne mais de dois e 700 participantes, encerra esta quarta-feira, em Luanda.