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Expansão da malha ferroviária de Angola em mais mil e 200 quilómetros

Linha do caminho de ferro de Luanda - DR
Linha do caminho de ferro de LuandaImagem: DR

04/06/2025 07h57

Luanda - O ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, anunciou, esta terça-feira, em Luanda, que o Executivo angolano projecta expandir, a partir deste ano, a malha ferroviária do país em mais cerca de mil 200 quilómetros, na interligação das actuais redes Norte e Sul do caminho de ferro.

Falando no quadro do terceiro Ciclo Internacional de Conferências Técnicas Ferroviárias “Angola-Rail 2025”, Ricardo D’Abreu adiantou que o plano passa pela construção de novas linhas férreas e requalificação de outras, no âmbito do projecto geo-estratégico de transportes e logística do país.

Sublinhou que o sector ferroviário é um factor importante na transformação e diversificação da economia do país, tendo revelado estarem em preparação projectos estruturantes, como o novo traçado Zenza do Itombe/Cacuso, a ligação Luena/Saurimo e o corredor Norte/Sul que vai interligar o caminho de ferro nacional.

Adiantou que estão igualmente em preparação a extensão do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) para o Leste, em direcção a Menongue, capital do Cubango, e ao Sul, para a Namíbia.

Deu a conhecer que decorrem os preparativos para o lançamento do concurso público para a concessão do corredor contemplando toda a infra-estrutura ferroviária do CFM, contando com o sector privado, enfatizando que cabe ao Estado criar um ambiente legal e institucional propício aos investimentos e que os mesmos tenham retorno para os investidores.

Sublinhou que o Executivo definiu a modernização tecnológica do sector como um dos principais eixos para impulsionar o sector, visando garantir segurança operacional na circulação, aumentar a eficiência dos serviços e da manutenção e melhorar a capacidade de gestão em tempo real.

Neste contexto, salientou que uma das apostas em curso é a introdução de sistemas inteligentes de controlo, sinalização, bilhética, diagnóstico e resposta rápida que torne o sistema ferroviário mais moderno, fiável e interconectado com outros modos de transporte.

Reconheceu que o capital humano é o principal activo, pelo que a prioridade é reforçar a formação técnica especializada, o intercâmbio com instituições internacionais e o desenvolvimento de carreiras profissionais dignificadas no sector, assegurando que Angola está a construir um novo paradigma ferroviário, mais moderno, abrangente, integrado e centrado nas pessoas.

Obras do metro de superfície iniciam no final do corrente ano

Ricardo D’Abreu revelou que as obras do metro de superfície de Luanda iniciam no final do corrente ano, sendo que a primeira fase terá uma extensão de 60 quilómetros, com os primeiros quilómetros a entrarem em funcionamento, até 2027.

Fez saber que as obras estão orçadas em cerca de três mil milhões de dólares, e a execução do projecto enquadra-se no programa de melhoria da mobilidade urbana da capital do país, decorrendo já trabalhos técnicos e financeiros para se dar início à construção efectiva, até ao final do ano em curso.

Os investimentos, sublinhou, visam uma transformação estrutural, e estão projectados para perdurar, gerar empregos, atrair investimento e integrar Angola nos corredores logísticos regionais e africanos.

O metro de superfície de Luanda vai contar com um traçado inicial de 60 quilómetros, dos 149 quilómetros previstos para a sua totalidade.

O terceiro Ciclo Internacional de Conferências Técnicas Ferroviárias “Angola- Rail 2025” decorre, até esta quarta-feira, com participação de especialistas, gestores, técnicos de operadoras ferroviárias, membros da cadeia logística pública e privada, entidades governamentais e académicos, numa realização da Associação dos Técnicos Ferroviários de Angola (ATECFA).

O evento enquadra-se nas celebrações dos dias internacionais da Segurança nas Passagens de Nível e da Prevenção da Intrusão no Canal Ferroviário, ambos celebrados na primeira semana de Junho, e comemorações dos 50 anos da Independência Nacional do país, a assinalar-se a 11 de Novembro próximo.

Estão em debate temas ligados as comunicações de segurança ferroviária, o papel da logística, a mobilidade urbana Bungo-AIAAN, a manutenção de infra-estrutura e de material circulante, assim como questões da sinalização, telecomunicações, integração modal dos transportes, formação profissional e parcerias público-privadas.

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