BANCA
Lucros da banca angolana atingem 822 mil milhões de kwanzas em 2024
11/06/2025 10h45
Luanda - Os resultados líquidos da banca angolana cresceram 59 por cento, no ano passado, para 822 mil milhões de kwanzas, impulsionados pelos resultados cambiais e margens financeiras, segundo um estudo sobre "Banca em análise 2025" da consultora Deloitte.
O estudo, apresentado esta terça-feira, em Luanda, sublinha, no entanto, que "caso o Banco Económico fosse excluído desta análise, o crescimento dos resultados líquidos do sector cifrar-se-ia em apenas 1,2 por cento”, em função dos prejuízos avultados que se verificaram, em 2023.
A melhoria significativa da situação financeira do Banco Económico, cujo prejuízo passou de 297 mil milhões de kwanzas, em 2023, para apenas três mil milhões de kwanzas, no ano passado, contribuiu para o resultado líquido positivo dos mais de 20 bancos analisados, noticia o Jornal Económico português.
No entanto, persistem as incertezas quanto ao futuro do Banco Económico, instituição de importância sistémica que tem em curso a implementação de um Plano de Recapitalização e Reestruturação, aprovado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), no final de 2021.
O relatório adianta que "os dados financeiros mais recentes não são animadores e estão patentes no estudo, com necessidades de um aumento de capital no montante de 698 mil e 447 milhões de kwanzas".
De acordo com um comunicado da Deloitte Angola, a variação dos lucros deveu-se "ao crescimento na margem financeira (+25 por cento) e resultados cambiais (+65 por cento)", resultando numa variação de 129 mil milhões de kwanzas, face a 2023, associado a operações cambiais e a venda de divisas.
O estudo dá conta que a margem financeira cresceu 25 por cento, no ano passado, totalizando aproximadamente 1,3 biliões de kwanzas.
Os resultados cambiais aumentaram 65 por cento, atingindo 327 mil milhões de kwanzas, enquanto os rendimentos de serviços e comissões registaram uma subida de 41 por cento, fixando-se em cerca de 390 mil milhões de kwanzas.
Os dados indicam também um crescimento moderado dos principais agregados com os activos do sector bancário a crescer 3,3 por cento, em 2024, e os depósitos de clientes a aumentar 1,8 por cento.
Também o crédito a clientes continuou a ganhar peso, com um crescimento de dois pontos percentuais na estrutura global de activos.
O estudo aponta ainda para um ligeiro aumento do número de balcões bancários, que subiram dois por cento para mil 454, em 2024, salientando-se o crescimento notável ao nível dos agentes bancários e de pagamentos, com subidas de 641 e 203 por cento, respectivamente.
A nível de solidez, o rácio de fundos próprios regulamentares registou uma descida de 5,3 pontos percentuais, situando-se em 20,72 por cento, no final de 2024, ainda muito acima do mínimo exigido, o que, segundo o estudo, demonstra "a solidez, solvabilidade e estabilidade do sistema financeiro angolano".