FINANCIAMENTO

Elevado endividamento é uma das barreiras ao desenvolvimento de África

Ministra das Finanças, Vera Daves - Cedida
Ministra das Finanças, Vera DavesImagem: Cedida

22/06/2025 05h08

Luanda - A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, apontou, esta quinta-feira, em Luanda, a instabilidade climática, o aumento do endividamento e as mudanças nas alianças geo-políticas dos países africanos como os principais desafios para tornar o continente mais resiliente.

Ao discursar na vigésima quinta Assembleia Geral da Instituição de Seguro Africano de Desenvolvimento do Comércio e de Investimentos (ATIDI), Vera Daves de Sousa caracterizou o actual cenário mundial como sendo de incerteza económica global.

Sublinhou que o desafio mais urgente do continente centra-se na redefinição da forma como os países financiam o desenvolvimento e a construção de economias resilientes, bem como fazem o aprofundamento da integração regional.

Acrescentou que, para transformar o risco em oportunidade, é necessário compreender o mesmo, partilhá-lo e geri-lo de forma sábia, o que exige um ecossistema robusto de instituições como a ATIDI.

Enfatizou a necessidade de instituições capazes de disponibilizar ferramentas financeiras e instrumentos de mitigação de riscos, que permitam desbloquear capital privado, apoiar o desenvolvimento de infra-estruturas e impulsionar investimentos sustentáveis em diversos sectores.

Realçou que se deve estar a altura do desafio de moldar instituições que sejam não só reactivas, mas visionárias e que antecipem riscos, desbloqueiem capital transformador e catalisem um desenvolvimento inclusivo e sustentável para África.

Lançou um desafio aos 24 países membros da ATIDI a se comprometerem com a redefinição da narrativa de investimento em África, para que o capital chegue efectivamente aos sectores que mais importam.

Vera Daves disse que a Zona de Comércio Livre Continental Africana representa uma das iniciativas mais transformadoras geracionais, ao criar um mercado único de mais de 1,4 mil milhões de pessoas, referindo que este mercado possui potencial para impulsionar o comércio intra-africano, a industrialização e a diversificação económica do continente.

Reconheceu ser necessário garantir confiança no investimento, mitigação robusta de riscos e colaboração transfronteiriça efectiva, sublinhando que instituições como a ATIDI têm um papel decisivo na implementação prática da zona de livre comércio, por oferecer seguros de crédito e investimento e promover a previsibilidade e confiança que os negócios e investidores necessitam para se expandir além-fronteiras.

O encontro reúne, até este sábado, representantes de alto nível dos 24 Estados-membros, 13 accionistas, instituições financeiras de desenvolvimento e parceiros estratégicos para reflectir sobre o progresso, reforçar parcerias e moldar o futuro da ATIDI.

A Assembleia Geral decorre sob o lema “Transformar o risco em oportunidade, garantir um futuro sustentável”.

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