Luanda - O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) reduziu o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19 para 18 por cento, com vista a influenciar a redução das taxas de juro no mercado interbancário e estimular o financiamento ao sector real da economia.

Em reunião realizada na semana finda, no Soyo (província do Zaire), o comité manteve as taxas BNA em 19,5 por cento, a de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5 por cento e a de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5 por cento.

Em conferência de imprensa no final da reunião, o governador do BNA, Manuel Tiago Dias, disse que a manutenção das taxas teve em consideração o ambiente de incertezas que se mantêm no cenário internacional e as expectativas geradas pelo ajustamento dos preços administrados na economia nacional.

Em relação aos preços na economia, referiu que a taxa de inflação mensal esteve fixada em 1,21 por cento, em Junho último, comparativamente a 1,17 por cento do mês de Maio, como resultado do efeito de primeira ordem do ajuste administrativo das tarifas de electricidade e da água.

Sublinhou que a classe de alimentação e bebidas não alcoólicas contribuiu com 0,72 percentuais, representando cerca de 59 por cento da inflação total, uma redução substancial na contribuição, tendo em consideração a contribuição registada em períodos recentes, que se situava em cerca de 65 por cento.

No domínio monetário, a base monetária em moeda nacional contraiu cerca de dois por cento, em Junho, após ter contraído outros 3,7 por cento, em Maio, contribuindo para a contracção acumulada de cerca 11 por cento, comparativamente ao período homólogo.

Manuel Tiago Dias referiu que o stock de crédito à economia em moeda nacional atingiu 6,5 biliões de kwanzas, representando um aumento de 3,2 por cento face ao mês de Maio e uma variação acumulada de 7,4 por cento, ou seja, 445 mil milhões de kwanzas, em termos absolutos.

Em termos homólogos, o crédito à economia concedido em moeda nacional cresceu cerca de 31 por cento.

No sector externo, o saldo da conta de bens aumentou em 36 por cento, tendo passado de 915 milhões de dólares, em Maio, para 1,3 mil milhões de dólares, em Junho.

Por seu lado, a oferta de moeda estrangeira no mercado cambial continuou sustentada, tendo sido transacionados 5,6 mil milhões de dólares, no primeiro semestre de 2025, quando, em 2024, foi de 5,1 mil milhões de dólares, o que representou um aumento de cerca de 480 milhões de dólares.

Em relação ao stock das reservas internacionais, está actualmente fixado em 15,7 mil milhões de dólares, o que corresponde a um grau de cobertura de 7,9 meses de importação de bens e serviços.

O Comité de Política Monetária, responsável pela formulação da política monetária e cambial angolana, volta a reunir-se nos dias 18 e 19 de Setembro próximo, em Luanda.