Ajustes nos salários sem efeitos graves na inflação


Luanda - O Banco Nacional de Angola (BNA) não se opõe aos ajustes salariais que estão a acontecer e assegura ter instrumentos para atenuar os eventuais impactos destas medidas sem que se comprometa o objectivo de inflação anual definido.
De acordo com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, citado pelo JA online, a valorização dos trabalhadores da Função Pública é um tema que deve ser apoiado.
“Não nos opomos às decisões que são tomadas pelo Governo, principalmente quando elas visam a valorização da remuneração/salário de quem trabalha, aqui, no caso, os funcionários públicos. Caberá ao Banco Nacional de Angola (BNA), com os seus instrumentos, fazer com que os impactos dos ajustes salariais sejam atenuados. E é o que tem estado a acontecer. Nota-se que apesar de ter havido ajustes salariais e nos preços administrados na economia, os dados da inflação até Junho mostram uma contínua desaceleração”, afirmou.
Decisões tomadas
O governador do BNA, anunciou, na última sexta-feira, no Soyo, província do Zaire, que o Comité de Política Monetária decidiu manter as principais taxas de juro de referência.
Durante a conferência de imprensa, realizada no final da referida reunião do órgão de auxílio às decisões do governador, Manuel Tiago Dias disse que foi decidido manter a Taxa do BNA em 19,5 por cento (dezanove vírgula cinco); manter a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5 por cento (vinte vírgula cinco) e manter a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5 por cento (dezassete vírgula cinco).
Adicionalmente, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19 por cento (dezanove) para 18 por cento (dezoito).
A manutenção das taxas de política teve em consideração o ambiente de incertezas que se mantém no cenário internacional e as expectativas geradas pelo ajustamento dos preços administrados na economia nacional.
Por sua vez, a redução do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional visa influenciar a redução das taxas de juro no mercado interbancário e estimular o financiamento ao sector Real da Economia.