Programa de combate à seca vai beneficiar mais de dois milhões de pessoas


Luanda - O Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA) vai beneficiar com água, até 2027, mais de dois milhões de cidadãos residentes nas províncias do Cunene, Namibe e Huíla.
Segundo se soube, as barragens previstas no projecto vão armazenar mais de 600 milhões de metros cúbicos de água, irrigar cerca de 46 mil hectares para agricultura, garantir aproximadamente 90 mil ligações domiciliares, além de três mil e 200 chafarizes e 125 chimpacas.
Uma nota de imprensa do Ministério da Energia e Águas, recentemente tornada pública, adianta que o projecto está dividido em várias fases, tendo já sido executado o canal aberto do Cafu (província do Cunene), com 165 quilómetros de comprimento e 31 chimpacas.
O canal do Cafu, esclarece a nota, serve mais de 235 mil pessoas, assim como cerca de 250 mil cabeças de gado, além de irrigar uma vasta área para fins agrícolas.
Também no Cunene, está em fase avançada de construção as barragens do Calucuve e do Ndúe, com canais adutores associados, com a primeira projectada para armazenar 141 milhões de metros cúbicos de água e a segunda 170 milhões.
Está igualmente prevista a construção da barragem da Cova do Leão, que vai beneficiar cerca de 40 mil habitantes, armazenando 30 milhões de metros cúbicos de água.
Serão ainda executados, na província do Cunene, os sistemas de abastecimento de água da Cahama, Otchinjau e Oncócua, três comunas que irão ter acesso permanente a água potável, assim como a localidade de Chitado.
Na província da Huíla, o PCESSA prevê beneficiar cerca de 750 mil pessoas e 670 mil cabeças de gado, com duas barragens, 89 furos artesianos, mais de 100 quilómetros de canais adutores e 17 mil hectares de área irrigada.
Na cidade do Lubango, capital da província, prevê-se o aproveitamento de água subterrânea, no aquífero da Chela, com sistemas de captação por furos, armazenamento e distribuição.
Ainda no Lubango, vai ser construída a barragem do Nhene com sistemas de captação por furos, tratamento, armazenamento e distribuição, com redes novas e reabilitação da existente, visando dar resposta ao crescimento populacional e a crescente demanda por serviços de abastecimento de água potável.
No município dos Gambos (Huíla), bastante afectado pela seca, vai ser erguida a barragem do N'Opombo, no rio Caculuvar, com canais de adução e sistemas de abastecimento de água às comunas da Chibia, Jau, Quihita, Chibemba e Change.
Por seu lado, na província do Namibe, estão previstas seis barragens novas e a reabilitação de outras 43 para beneficiar com água mais de 650 mil habitantes, 527 mil cabeças de gado e irrigar uma área de cerca de oito mil e 800 hectares.
No Namibe, vai ser, igualmente, construída as barragens de Bentiaba e do Bero com sistemas de captação, tratamento, armazenamento, adução e reforço do sistema de abastecimento de água de Moçâmedes.
Vão ser também erguidos sistemas pilotos de águas subterrâneas, no interior da província, além das barragens da Carujamba, Inamangando, Giraúl e Curoca 2.
O PCESSA visa, para além de levar água a milhões de pessoas, melhorar a dieta e acautelar questões de saúde pública, com a diminuição e mitigação das doenças de origem hídrica, esclarece a nota de imprensa.
O programa visa, igualmente, dinamizar as economias locais, fomentar o emprego, principalmente jovem, com formação em diversas áreas, criando oportunidades.
Segundo a nota, o programa, coordenado pelo Ministério da Energia e Águas, reveste-se de uma importância extrema para Angola, vai dinamizar a região Sul e providenciar uma mudança positiva no modo de vida dos seus habitantes.