Luanda – O ministro do Turismo, Márcio Daniel, disse que a burocracia no processo migratório e os altos custos operacionais do mercado da aviação civil retiram competitividade aos países africanos.

Ao intervir na reunião de ministros sobre turismo e transporte aéreo, no quadro da segunda Conferência Ministerial da ONU-Turismo e da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), que se realizou esta semana em Luanda, Márcio Daniel afirmou que “já não se justifica a fraca conexão intra-africana” nem a necessidade de se escalar outro continente para se atingir uma determinada capital em África.

Sublinhou que os tais constrangimentos impedem a criação de destinos turísticos sustentáveis e competitivos no contexto global.

Reconheceu que muitos dos participantes na conferência enfrentaram dificuldades de vária ordem para estarem presentes em Luanda, alguns com voos de ligação de mais de quatro horas, além de problemas de atribuição de vistos.

Apelou aos ministros do Turismo e dos Transportes africanos a adoptarem a Declaração de Luanda como um compromisso para criação de políticas de isenção de vistos e de “céus abertos” entre países africanos.

Por seu turno, o ministro dos Transportes da Zâmbia, Frank Tayali, reiterou a necessidade da África alcançar a liberalização do seu espaço aéreo e aumentar a conectividade continental.

Defendeu também a necessidade dos países harmonizarem as políticas de liberalização, efectivar a implementação da Zona de Comércio Livre e facilitação de vistos, bem como intensificar o processo de digitalização/inteligência artificial e infra-estruturas, com vista à mobilização de mais investimentos para a promoção do turismo e do transporte aéreo.

Apelou, igualmente, aos seus homólogos a estabelecerem parcerias estratégicas com os diferentes organismos e entidades presentes no certame.

Os participantes na 2ª Conferência Ministerial, que congregou especialistas e operadores dos sectores do turismo e do transporte aéreo, debateram temas relacionados com os desafios e soluções para impulsionar o turismo inter-africano.

O objectivo fundamental do certame foi encontrar soluções integradoras que facilitem o desenvolvimento dessas duas componentes críticas para a economia de África, no quadro da iniciativa Open Sky (céus abertos).

No final do evento, os participantes emitiram uma declaração conjunta para facilitar o processo das viagens em África, a partir de mecanismos redutores das burocracias, sobretudo na concessão de vistos ou na liberalização total às múltiplas entradas.