Luanda – O Banco Mundial (BM) prevê o crescimento médio da economia angolana em 2,9 por cento, no período entre 2025 e 2027, uma percentagem abaixo dos da registada em 2024, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 4,4%, segundo o relatório dessa instituição, apresentado na sexta-feira, em Luanda.

O documento sublinha que o crescimento do período em analise poderá ser insuficiente para melhorar, significativamente, o nível de vida da população.

Perante esse cenário, o BM defende que sejam feitas reformas abrangentes, especialmente no desenvolvimento e na inclusão do sector financeiro, com vista o combate à pobreza e promoção de um crescimento inclusivo.

De acordo com documento, a intermediação financeira limitada continua a dificultar o acesso ao financiamento das famílias, pequenas e médias empresas, apesar do sector financeiro apresentar potencial para mobilizar capital privado e avançar com os objectivos políticos mais amplos.

O Banco Mundial recorda ainda que Angola recuperou-se fortemente em 2024, com um crescimento do PIB real de 4,4 por cento, impulsionado pela revitalização do sector petrolífero e pelo desempenho robusto dos sectores não petrolíferos, como a mineração, o comércio e a agricultura.

Acrescenta também que, embora a estabilidade macroeconómica tenha sido mantida, ainda persistem as vulnerabilidades subjacentes.

Ao apresentar o relatório, a economista sénior do Banco Mundial, Benedicte Baduel, afirmou que Angola precisa de um novo modelo de crescimento, baseado na diversificação económica, pelo facto de ter uma população muito jovem, tendo quase a metade dos angolanos menos de 14 anos e um crescimento muito rápido.

Esse facto, avançou, exige que país se prepare para atender o dividendo demográfico e acelerar o crescimento económico.

Benedicte Baduel reconheceu que o sector petrolífero foi muito importante para o crescimento de Angola, nas últimas décadas, mas actualmente está em “declínio estrutural”, marcado pelo amadurecimento de muitos campos de petróleo e a queda do investimento neste na área de hidrocarbonetos.

Esse quadro, sublinhou, obriga o país encontrar novas estruturas de crescimento económico.

O acto de apresentação do relatório do BM, denominado “Academia Banco Mundial”, foi precedido por dois painéis de debate compostos por governantes e executivos desta instituição.

Na ocasião, a economista da Corporação Financeira Internacional, Elsa Shichilenge, que foi a prelectora do tema “O papel do sector privado na diversificação económica em Angola”, disse que esta iniciativa está mais focada ao investidor, visando identificar oportunidades de investimento que também podem criar emprego mais sustentável.

Referiu que o papel do sector privado na diversificação económica em Angola traz recomendações de reformas mais viáveis que podem ser implementadas pelo Governo.