Sul-africanos avaliam oportunidades de investimento no Huambo


Huambo – Empresários sul-africanos em missão à província do Huambo constataram, quinta-feira, as potencialidades económicas dos municípios do da Caála, Longonjo e Chicala-Cholohanga, com destaque para os sectores da mineração, agro-indústria, energias renováveis e logística.
A delegação empresarial, liderada pela cônsul-geral de Angola na cidade do Cabo, Elsa Caposso Vicente, manifestou interesse em aprofundar parcerias e projectos de investimento com base nas oportunidades locais.
Durante a visita à mina de exploração de elementos de terras raras no município do Longonjo, localizado a 64 quilómetros a Oeste da cidade do Huambo, os empresários tomaram contacto com o estado actual do projecto e da futura unidade de processamento.
No local, os empresários foram informados que a mina tem um tempo estimado de exploração de 20 anos iniciais, de acordo com os estudos feitos.
Trata-se de infra-estruturas de apoio e de uma refinaria, que vão dar lugar o início da exploração em 2027, dos aldeídos com valor comercial a cingir-se no neodímio e praseodímio, que servem para produzir ímanes superfortes, servindo para impulsionar a transição das energias verdes, produção de turbinas eólicas, carros eléctricos e outros meios electrónicos.
A mina será conectada ao Corredor Ferroviário do Lobito, facilitando o escoamento da produção até ao porto com o mesmo nome, para exportação.
Em seguida, a comitiva visitou as obras da futura Plataforma Logística, um projecto estruturante com 88 hectares, em fase de implementação no município da Caála, a 23 quilómetros a Oeste da cidade do Huambo.
A primeira fase, actualmente em curso, cobre 15 hectares e terá capacidade inicial para movimentar, entre 250 mil e 300 mil toneladas de produtos diversos/ano, por intermédio do Corredor do Lobito.
A infra-estrutura contará com silos, armazéns, terminal ferroviário, serviços aduaneiros e fitossanitários.
Segundo os promotores, a plataforma deverá apoiar a cadeia agrícola, mineira e industrial da região, reduzindo perdas pós-colheita e aumentando a renda dos produtores.
Estima-se que poderá gerar mais de dois mil empregos directos e indirectos.
Ainda na Caála, a delegação visitou o Pólo de Desenvolvimento Industrial, com uma extensão de mil 382 hectares e uma capacidade para acolher até 40 unidades industriais, sendo que, actualmente, funcionam quatro.
Apesar do número reduzido de unidades activas, o pólo possui localização estratégica, a oito quilómetros da cidade da Caála, entre as estradas nacionais 120 e 260, para além do Corredor do Lobito, que permite acesso eficiente aos principais mercados agrícolas e industriais das províncias do Huambo, Benguela e Bié.
A proximidade com a Plataforma Logística reforça, ainda mais, o seu papel na cadeia de exportação e abastecimento.
Enquanto isto, parte da delegação empresarial sul-africana deslocou-se ao município da Chicala-Cholohanga, a 42 quilómetros a Leste da cidade do Huambo, onde visitou diversas fazendas agrícolas.
Em declarações à imprensa, a cônsul-geral de Angola na cidade do Cabo, Elsa Caposso Vicente, disse ser uma grande oportunidade para identificar áreas de investimento e fortalecer os laços económicos entre empresários dos dois países.
“Acabamos de visitar sectores como a agricultura, indústria, infra-estruturas e minas, onde cada empresário mostrou interesse real em pelo menos uma dessas áreas, para além dos encontros por especialidade”, disse.
A delegação sul-africana chegou à província do Huambo na última segunda-feira, tendo sido recebida oficialmente pelo governador da província do Huambo, Pereira Alfredo.