AEROPORTO

Angola conta com primeiro Hangar de manutenção aeronáutica

Área do aeroporto 4 de Fevereiro em Luanda  - DR
Área do aeroporto 4 de Fevereiro em Luanda Imagem: DR

01/07/2025 13h31

Luanda - O ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, enalteceu o facto de as companhias aéreas nacionais poderem reduzir os custos fixos de produção, com a inauguração, segunda-feira, do primeiro Hangar de Manutenção Aeronáutica, localizado nas instalações do Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda.

 Ricardo d’Abreu, segundo o JA Online, procedeu ao corte da fita, tendo na ocasião assegurado que o Centro de Manutenção trará um grande impacto na capacidade operacional de resposta e diminuição de custos de toda a actividade aeronáutica exercida no país.

O novo empreendimento, sublinhou, representa um passo importante para a consolidação do sector aeronáutico e configura um marco no quadro dos esforços do país para atingir a soberania técnica e melhorar a gestão técnica das aeronaves, helicópteros, infra-estruturas aeronáuticas e aeroportuárias.

Quanto à redução de custos, o ministro disse que “é uma realidade”, porque as empresas deixarão de ter necessidade de transportar os seus meios e profissionais para o exterior sempre que haja necessidade de manutenção das aeronaves, o que implica gastos com equipamentos e pessoal de acompanhamento.

“Para fazer a manutenção das aeronaves, é necessário transportar de Angola para o exterior profissionais para acompanhar o processo, uma realidade que deixará de existir, porque com o novo espaço será tudo feito no país”, frisou.

Certificação internacional

O Centro de Manutenção pertence à empresa angolana Tecnair e foi certificada como Proves Maintenance Organization (AMO). A infra-estrutura tem ainda certificação da Direcção Nacional da Aviação Civil (DNAC), segundo as normas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), do Programa de Avaliação da Segurança da Aviação Internacional (IASA) e da Administração Federal da Aviação (FAA).

Ricardo d’Abreu afirmou que se trata da primeira empresa de manutenção aprovada no país, um marco importante, particularmente no ano em que o país celebra os 50 anos da Independência Nacional, cuja operacionalização conta com técnicos nacionais competentes formados no exterior.

“A partir de agora, temos um centro devidamente certificado e alinhado às melhores práticas internacionais emanadas pela Aviação Civil a nível internacional. A meta é evoluir para outra natureza de aeronaves e outro modelo de intervenção”, afirmou o governante.

Por sua vez, Brandão Ramos, um dos proprietários da Tecnair, informou que a nova infra-estrutura teve um custo que ronda nos dois milhões de dólares, um espaço que terá uma mão-de-obra nacional.

A Tecnair resultou da antiga empresa “ Ermec”, empresa que há 35 anos exercia actividade na área de manutenção aeronáutica dos aviões e helicópteros da Força Aérea Nacional.

Ao longo dos anos, avançou, a empresa investiu cerca de 10 milhões de dólares, principalmente na formação contínua dos quadros com vários fabricantes internacionais de helicóptero, motores e equipamentos, nomeadamente Itália, França e Estados Unidos da América.

“A Tecnair, que teve início há 10 anos, já tinha 25 com o anterior nome de Ermec, que em termos de quadros tem oito engenheiros e 42 técnicos de manutenção aeronáutica”, deu a conhecer Brandão Ramos, acrescentando que até ao fim de 2027 haverá no país 47 helicópteros, a contar já com os 27 existentes.

“Os técnicos que temos são os necessários para continuarem com assistência técnica e a manutenção dos helicópteros”, indicou o especialista, garantindo que a empresa vai continuar a capacitar quadros, e passar para o próximo passo do sector da Aviação Civil.

Mais lidas


Últimas notícias