FINANçAS

UE quer transformar Corredor do Lobito num modelo em África

Bandeiras da União Europeia na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica. - Arquivo Reuters/Yves Herman/Direitos reservados
Bandeiras da União Europeia na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica.Imagem: Arquivo Reuters/Yves Herman/Direitos reservados

04/07/2025 12h35

Luanda – A embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais, disse, esta quarta-feira, no Cuito (província do Bié) ser pretensão da instituição tornar a implementação do projecto do Corredor do Lobito um modelo para o continente africano.

Durante um encontro com a governadora provincial, Celeste Adolfo, a diplomata europeia adiantou que a intenção decorre do facto de o projecto estar bastante avançado, em termos de ideias, e envolver Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia.

Rosário Bento Pais encabeçou uma delegação integrada por embaixadores e representantes de dez dos 27 Estados membros da UE com representação diplomática em Angola, que se deslocaram ao Bié visando se inteirar das potencialidades locais, no âmbito da implementação do Corredor do Lobito.

Destacou o facto de muitas das suas infra-estruturas estarem a ser geridas por consórcio de empresas europeias, como os casos do Porto do Lobito e dos Caminhos-de-Ferro de Benguela, para além da região ter bastante potencial, sobretudo no sector da agricultura.

Sublinhou que se decidiu investir no corredor do Lobito, para que o mesmo resulte, funcione e seja um exemplo entre os 12 outros corredores horizontais e verticais que a UE e os seus Estados-membros querem apoiar no futuro, para os ligar a outros a nível regional e continental, num total de 55 existentes em África.

Salientou que os investimentos estão virados para a digitalização, energia, educação, aposta nas infra-estruturas e visam fazer com que o mesmo seja um factor económico na promoção do progresso das populações, com a criação de empregos e garantia do desenvolvimento sustentável, através da protecção social e ambiental.

Deu a conhecer que a União Europeia está engajada em mobilizar e atrair investimento do sector privado europeu para Angola.

Revelou estarem acordadas com Angola três prioridades, nomeadamente na área da diversificação da economia, com destaque para a criação de empregos para jovens e mulheres, desenvolvimento humano, na educação e formação profissional, e governação.

Numa primeira fase, enfatizou, a organização atribuiu a Angola um montante de 220 milhões de euros, destinado a apoiar a agricultura, formação e diálogo das organizações da sociedade civil, protecção ambiental e plataforma logística.

No total, acrescentou, para Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia foram disponibilizados mais de 800 milhões de dólares.

Por sua vez, a governadora do Bié destacou as potencialidades da província nos mais variados domínios, com destaque para o sector agrícola, com a produção de cereais, arroz e citrinos.

Apontou como desafios a capacidade de concentração da produção local, assim como a extracção de recursos minerais, sector com bastante potencial.

Referiu-se a falta de instituições bancárias para facilitar as trocas comerciais, em toda a extensão da província, sobretudo nos novos municípios, criados à luz da nova Divisão Político-Administrativa.

Já o secretário de Estado dos Transportes, Jorge Bengue, referiu que o Corredor do Lobito representa uma das várias iniciativas de desenvolvimento do país.

Considerou que o país tem responsabilidades acrescidas e um trabalho de casa ainda muito grande para realizar, tendo defendido maior organização das empresas e parceiros para permitir ao governo receber um feedback necessário para uma melhor organização.

A delegação de diplomatas, que terça-feira última trabalhou na província do Huambo, visitou no Bié o cemitério monumento em memória aos mártires da resistência da guerra do Cuito, a Universidade do Cuanza e as obras das novas instalações do Instituto Superior Politécnico do Bié.

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