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Defendida necessidade de modernização e inclusão tecnológica da agricultura em África

Agricultura mais eficaz para o desenvolvimento de países africanos
Agricultura mais eficaz para o desenvolvimento de países africanos Imagens: DR

Redacção

Publicado às 08h53 22/08/2025

Luanda - A embaixadora de Angola na Itália, Josefa Sacko, defendeu, na cidade do Huambo, que o continente africano necessita de modernização e inclusão tecnológica da sua agricultura, para garantir soberania na segurança alimentar.

Josefa Sacko falava no décimo segundo Fórum Nacional da Mulher Rural, realizado, esta terça-feira, na província do Huambo, sobre a Agenda 2063 da União Africana e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Recordou a agenda africana se enquadra nos propósitos das Nações Unidas, que propõe a dinamização de mecanismos para aumentar a produtividade com a implementação da agricultura mecanizada, focada na sustentabilidade dos projectos sobre segurança alimentar.

Sublinhou que, ao registar-se um fluxo significativo de urbanização da população do continente africano, a demanda económica aumenta cada vez mais, pelo que o mercado de alimentos deverá atingir um bilião de dólares, até 2030.

Por isso, enfatizou, é preciso activar políticas públicas no domínio da agricultura, com envolvimento directo da mulher rural, apoiada na inclusão tecnológica.

Em média, revelou, são gastos cerca de 110 biliões de dólares/ano na exportação de produtos para o continente africano, num contexto de diversas crises globais, marcadas com catástrofes naturais e conflitos armados em várias regiões do planeta.

O continente africano necessita de soberania alimentar, em que a prioridade deve ser associada aos distintos programas de combate à pobreza, com a viabilização da agricultura sustentável, numa altura em que são registados perto de 60 por cento de terras aráveis que permanecem ainda sem exploração e com enormes potencialidades, salientou.

Deu a conhecer que 60 por cento da população em África tem menos de 35 anos, ou seja, cerca de 420 milhões de pessoas tem entre 15 a 35 anos de idade número que deverá duplicar até 2040, pelo que se impõe a definição de políticas públicas para atender a procura alimentar que vai continuar a crescer.

Josefa Sacko afirmou que 75 por cento da população tem acesso às ferramentas digitais, sobretudo na inovação e tecnologia, sendo fundamental a capitalização de tais valências para modernizar a agricultura e adoptar mecanismos de reinvenção nos momentos de crises.

Destacou que as alterações climáticas têm contribuído para as deficiências na sustentabilidade económica, considerando que, para a promoção da agricultura sustentável no continente africano, é preciso incorporar novas tecnologias nas comunidades rurais, capacitação digital das mulheres, disponibilização de infra-estruturas adequadas e afinação da força de trabalho.

Recomendou o reforço do acesso à terra para as mulheres rurais, assim como de recursos produtivos e sua integração na cadeia de valor agrícola, com garantia de participação económica e liderança e multiplicação produtiva apoiada na mecanização dos sistemas agrários e melhoria dos serviços de saúde, saneamento, redução da desigualdade estrutural e ampliação das oportunidades na educação.

Disse ser importante a construção de infra-estruturas apropriadas para a preservação dos produtos agrícolas, para evitar os desperdícios e elevar a segurança alimentar no continente africano, que perde cerca de 30 por cento dos resultados produtivos, por falta de capacidade de escoamento adequadamente preparados.

O fórum da mulher rural abordou, entre outros assuntos, questões ligadas ao empoderamento social e económico da mulher no meio rural e mecanização e a inovação para o desenvolvimento sustentável da agricultura.

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