PRIVATIZAçãO
Cerca de 30 por cento do BFA vai ser privatizado em Setembro próximo

21/08/2025 12h40
Luanda - Cerca de 30 cento da participação do Banco de Fomento Angola (BFA) vai ser privatizada, no decurso de Setembro próximo, anunciou, esta quarta-feira, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão.
Segundo Álvaro Fernão, que falava na apresentação pública do ponto de situação da execução do Programa de Privatizações (PROPRIV) 2023-2026, trata-se da maior operação em bolsa, desde a criação da BODIVA (Bolsa de Dívida e Valores de Angola), representando uma oportunidade significativa para dinamizar o mercado de capitais em Angola.
A expectativa é de uma ampla participação e um volume de arrecadação elevado, cujos valores concretos serão divulgados, após o fecho da operação, no final de Setembro, afirmou.
“Estamos a falar da maior operação já realizada na BODIVA, um marco que vai colocar Angola no radar dos grandes investidores internacionais, mas também abrir portas para milhares de pequenos investidores nacionais”, adiantou o presidente do Conselho de Administração do IGAPE.
A venda em bolsa do Banco de Fomento Angola (BFA) contempla 29,6 por cento do capital do banco, sendo que o Estado vende 15 por cento, através da UNITEL, e o BPI, banco português, 14,6 por cento.
A confirmação do período de oferta pública foi feita à margem da reunião ordinária da Comissão Nacional Interministerial do Programa de Privatizações (PROPRIV), em Luanda, que aprovou o cronograma de privatizações, até Dezembro do próximo ano.
A privatização de 15 por cento da participação do Estado angolano, com um por cento reservado aos trabalhadores da instituição, foi anunciada, em Março passado, através de um decreto presidencial.
A UNITEL detém actualmente de 51,9 por cento do capital social do BFA, enquanto o banco português BPI possui 48,1 por cento.
Para este ano, consta ainda a privatização em bolsa do Standard Bank, a operadora móvel UNITEL e a TV Cabo.
De Janeiro a Junho do corrente ano, foram privatizadas a fábrica de cimento CIF, avaliada em 180 mil milhões de kwanzas, a Unidade de Montagem de Automóveis na Zona Económica Especial, a cervejeira Bela e um supermercado, num valor global de cerca de 200 mil milhões de kwanzas.
De acordo com Álvaro Fernão, alguns desses activos encontram-se em fase de arranque, revelando que a fábrica de automóveis inicia as suas operações, em Novembro próximo, com a perspectiva de gerar mais de mil postos de trabalho, citado pelo Jornal Económico português.
Adiantou que a fábrica de cimento emprega actualmente entre 900 e mil trabalhadores, número que deverá continuar a crescer, esperando que mantenham uma trajectória positiva, contribuindo para o aumento do PIB nacional.
No âmbito do PROPRIV, o Governo angolano contratualizou, entre 2019 e 2024, em torno de um bilião de kwanzas, tendo arrecadado 640 mil milhões de kwanzas, com a privatização de 103 activos.