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Construção de interligações regionais de energia é prioridade actual

Linhas de transporte de energia eléctrica
Linhas de transporte de energia eléctrica Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h56 06/09/2025

Luanda – O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, afirmou, esta quinta-feira, no Huambo, que a construção de interligações regionais são a prioridade actual, depois dos grandes investimentos efectuados na produção de energia eléstrica.

Ao discursar na abertura do décimo quarto conselho consultivo do seu ministério, que decorre sob o lema “Meio século a garantir vida, energia e esperança”, adiantou a prioridade abrange a criação de uma rede nacional de transporte que integre todas as províncias do país.

Revelou que está em curso a construção da primeira interligação das regiões Centro e Sul do país, com a instalação da linha de transporte de energia Gove (Huambo)-Matala (Huíla), que deverá estar concluída este ano.

Sublinhou que esta linha vai aumentar significativamente a disponibilidade de energia para as provinciais da Huíla e do Namibe, assim como vai poupar o consumo anual de cerca de 140 milhões de litros de combustível diesel.

Deu a conhecer que outras interligações importantes estão em fase de implementação, visando integrar na rede nacional as províncias do Leste do país e as do Cunene, Cuando e Cubango, assim como a de Cabinda.

Salientou que, para além da segurança energética nacional, o país dispõe actualmente de uma matriz energética que incorpora cada vez mais energias limpas e mais baratas, capazes de impulsionar a produção industrial nacional.

Afirmou que a distribuição de energia constitui outra das grandes prioridades, estando em execução importantes projectos de electrificação nos arredores das grandes cidades, nas sedes municipais e comunais, com recurso a soluções de rede e de utilização de energia solar fotovoltaica com acumuladores.

Sublinhou que a perspectiva passa em atingir mais de 50 por cento da população com acesso à electrificação até 2027, abrangendo mais de 16 milhões de angolanos, destacando os exemplos dos programas de electrificação rural em curso nas províncias do Cuanza Sul, Huambo, Bié, Malanje, Moxico Leste, Lunda Norte, Lunda Sul, entre outras.

No domínio das águas, referiu que existem enormes desafios, numa altura em que o Executivo tem conseguido garantir as infra-estruturas de abastecimento à população, visando facilitar o acesso à água potável a milhões de pessoas.

Recordou que, nas últimas semanas, entraram em funcionamento novos sistemas de abastecimento de água nos municípios do Quela e Marimba, em Malanje, Dama e Maquela do Zombo (Uige), Chibia (Huíla), estando em fase de conclusão no Chitembo (Bié), Chicala-Cholohanga e Chinjenje (Huambo) e Humpata (Huíla).

Relativamente as capitais de províncias, realçou que Luanda é a maior prioridade, estando em construção os sistemas do Bita e da Quilonga Grande, que vão disponibilizar água para mais de sete milhões e 500 mil habitantes.

Indicou ainda os projectos em curso em Ndalatando e Lucala, que deverá introduzir uma significativa melhoria no fornecimento de água a capital da província do Cuanza Norte.

Revelou que a meta é alcançar uma taxa de cobertura de acesso à água potável nos meios urbano e rural de 65 por cento, até 2027, abrangendo mais de 21 milhões de habitantes.

João Baptista Borges disse estar em curso o programa de combate aos efeitos da seca no Sul de Angola, que vai abranger, até 2027, cerca de dois milhões de pessoas, para além do gado e vastas terras irrigáveis para a prática da agricultura.

Destacou que as barragens que estão a ser erguidas no âmbito do referido programa vão possibilitar o armazenamento de mais de 600 milhões de metros cúbicos de água, irrigando mais de 46 mil hectares para a agricultura e efectuar cerca 90 mil ligações domiciliares, além de três mil 200 chafarizes e 125 chimpacas.

Assegurou a conclusão, ainda este ano, das barragens do Ndue e Calucuve, na província do Cunene, com a capacidade de armazenagem de 170 milhões de metros cúbicos e 141 milhões de metros cúbicos de água, respectivamente.

Referiu que o programa vai beneficiar, na província da Huíla, 750 mil habitantes, com duas barragens, 89 furos artesanais, mais de 100 quilómetros de canais adutores e 17 mil hectares de área irrigada.

Referia-se as futuras barragens do Nhene e do Nómpombo, no município dos Gambos, que vão servir, através de canais e sistemas de abastecimento, as localidades da Chibia, Jau, Quihita, Chibemba e Chiange.

Na província do Namibe estão em carteira seis novas barragens e a reabilitação de outras 43, para beneficiar mais de 650 mil pessoas, assim como a construção das barragens do Bentiaba e do Bero, que agregará a captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água a Moçamedes, para além da projecção de outras na Carujamba, Inamangando, Giraúl e Curoca 2.

Disse que o programa de combate aos efeitos da seca no Sul de Angola já permitiu a criação de mil 600 postos de emprego direito e perto de 12 mil indirectos.

O ministro da Energia e Águas deu a conhecer que os consumidores de energia eléctrica devem à Empresa Nacional de Electricidade (ENDE), em todo o país, cerca de cinquenta mil milhões de kwanzas.

Em declarações à imprensa, João Baptista Borges lamentou o facto de muitas empresas públicas e particulares não honrarem as suas obrigações, facto que tem dificultado a aquisição e manutenção dos equipamentos.

No domínio da electrificação rural do país, disse que o processo caminha gradualmente, embora a dispersão populacional pelo território nacional seja a principal dificuldade que o programa enfrenta e os escassos recursos financeiros.

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