PETRóLEO
Inaugurada primeira fase da refinaria de Cabinda

01/09/2025 11h49
Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, esta segunda-feira, a refinaria de Cabinda, que vai processar, nesta primeira fase, 30 mil barris de petróleo por dia.
A refinaria de Cabinda resulta de uma parceria entre o investidor privado Gemcorp e a empresa pública Sonangol, reforçando o papel do investimento privado como alavanca para acelerar o desenvolvimento económico e industrial do país, sendo um marco histórico para a indústria petrolífera nacional e para a segurança energética de Angola.
A unidade está concebida para atingir, na sua segunda fase, uma capacidade de processamento de 60 mil barris de petróleo por dia.
Na cerimónia de inauguração, João Lourenço esteve acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, membros do Executivo, bem como dos principais executivos da Sonangol e da Gemcorp.
A refinaria vai produzir gasóleo, combustível de aviação, fuel óleo pesado e nafta, reduzindo a dependência das importações e vai assegurar o abastecimento nacional de produtos essenciais à mobilidade, produção de energia e desenvolvimento industrial, esclarece um comunicado distribuído à imprensa.
Nesta primeira fase, foram investidos 473 milhões de dólares, dos quais 138 milhões disponibilizados pela Sonangol e Gemcorp e 335 milhões de financiamento sindicado junto da Africa Finance Corporation (AFC), African Export-Import Bank (Afreximbank), Industrial Development Corporation (IDC), Arab Bank for Economic Development in Africa (BADEA) e Banco de Fomento Angola (BFA).
Coordenou a execução da obra a Gemcorp Angola, tendo a Odebrecht Angola como responsável pela engenharia e construção, tendo sido mobilizadas cerca de 200 empresas angolanas, enquanto o fornecimento de equipamentos envolveu mais de 500 empresas de 15 países, que garantiram soluções de engenharia, planeamento e adopção de tecnologias de ponta, incluindo uma unidade de zero flaring, em linha com os padrões internacionais de qualidade, segurança e sustentabilidade ambiental.
Para além da vertente industrial, o projecto criou, até ao momento, três mil e 300 empregos directos e envolveu 90 empresas de Cabinda.
O comunicado esclarece que Foi lançado um programa intensivo de capacitação, que já formou mais de 700 angolanos, mas o objectivo é atingir cinco mil, nos próximos 12 meses, visando a preparação de quadros nacionais altamente qualificados para lidar com a operação da refinaria.
Segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, a refinaria de Cabinda é a prova de que a parceria entre o Estado e o sector privado é fundamental para acelerar o desenvolvimento económico de Angola, sublinhando que o investimento privado realizado demonstra confiança no país, além de criar empregos, capacitar quadros nacionais e reduzir a dependência externa em produtos refinados.
As obras da segunda fase já estão em curso, visando consolidar Angola como produtor e refinador de petróleo com maior autonomia e resiliência.
De acordo com a programação técnica, o início comercial de funcionamento da refinaria é precedido de um período de testes de cerca de três meses.
O empreendimento resulta de uma parceria público-privada entre a Gemcorp Holdings, com 90 por cento, e a Sonangol refinação, com 10 por cento, sob supervisão do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.