ONU considera que Angola deve apostar em reformas para aproveitar acordo de livre comércio


Luanda - O coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Diego Zorrilla, alertou que o país só vai conseguir aproveitar as vantagens do acordo de livre comércio no continente se apostar em reformas e apoiar as pequenas e médias empresas.
“O sucesso de Angola, no âmbito do acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana, dependerá de reformas que reforcem a competitividade, as infra-estruturas e a produtividade, a par de um apoio específico às micro, pequenas e médias empresas, às mulheres e aos jovens empreendedores”, segundo um comunicado da Comissão Económica das Nações Unidas para África, citando Diego Zorrila e divulgado, esta terça-feira, pela agência Lusa.
Diego Zorrilla, que falava no Fórum Nacional sobre a Estratégia de Implementação e o Plano de Acção da Zona de Comércio Livre Continental Africana, que se realizou na semana passada, em Luanda, elogiou o governo angolano e reafirmou o apoio contínuo da ONU na implementação da referida estratégia.
O fórum foi “um marco importante na busca do país pela integração comercial regional e continental”, e surge na sequência da adesão de Angola à zona de comércio livre da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), refere o comunicado.
Os objetivos do evento foram apresentar o esboço e a metodologia da Comissão Económica das Nações Unidas para África para orientar o desenvolvimento da Estratégia de Implementação e do Plano de Acção de Angola, realizar debates com as partes interessadas para obter os seus contributos e perspectivas e a lógica e protocolos da Zona de Livre Comércio, adianta o comunicado distribuído pela Comissão Económica das Nações Unidas para África.
Por seu lado, a secretária de Estado do Comércio e Serviços, Augusta de Carvalho Fortes, dise que para Angola, o acordo é uma “prioridade estratégica para impulsionar a diversificação económica, a integração regional e a transformação estrutural em toda a África”, destacando o Corredor do Lobito como um projeto que “posiciona Angola como um centro logístico e industrial para a África Austral”.
O acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana “oferece a Angola uma oportunidade histórica para diversificar a sua economia e reduzir a sua dependência do petróleo”, enfatizou, por seu lado, o representante do seu secretariado, Gilberto António.
O acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana visa a integração de mais de 1,4 mil milhões de pessoas e a mobilização de um potencial económico de 3,4 biliões de dólares, em África, tendo sido aprovado pela União Africana, em 2019, tendo sido ratificado, até ao momento, por 49 países.