Luanda - A presidente do Conselho Mundial de Diamantes, Feriel Zerouki, enalteceu, em Luanda, as reformas introduzidas no sector extractivo angolano, que contribuem para o fortalecimento da transparência, aprofundamento da governança e abertura ao investimento responsável.

Ao intervir na abertura da Conferência Internacional de Minas de Angola (AIMC 2025), que decorreu nos dias 22 e 23 do corrente mês, adiantou que tais reformas estão a consolidar a posição de Angola como uma das nações africanas mais dinâmicas e visionárias no domínio extractivo, assim como a que está a criar uma indústria de classe mundial.

Destacou a clareza e convicção demonstradas por Angola, em torno da valorização dos diamantes naturais, cujo compromisso foi reforçado pelos países produtores, no Acordo de Luanda, um pacto internacional assinado em Junho do corrente ano.

Igualmente vice-presidente para Comércio e Indústria da multinacional De Beers, Feriel Zerouki disse que, desde a assinatura do memorando de entendimento, em 2024, a parceria da sua empresa com o Governo angolano tem registado progressos significativos, no aumento da produção, apoio à mineração semi-industrial e promoção de oportunidades sócio-económicas.

A Conferência Internacional de Minas de Angola decorreu sob o lema "Reforçar as oportunidades de investimento mineiro a nível global em Angola", visando criar um ambiente propício ao investimento, através do fomento de parcerias estratégicas entre investidores nacionais e estrangeiros.

Durante dois dias, o evento reuniu representantes de organizações internacionais ligadas aos diamantes, analistas, empresas produtoras, investidores nacionais e estrangeiros.

Promovida pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a conferência abordou temas ligados ao “Financiando o futuro: atrair investimento para Angola”, “Minerais críticos e diversificação económica em África - assegurando uma transição justa”, “Liderança e investimento: a intervenção do sector privado na indústria mineira”, “Riscos externos, termos fiscais, governança e regulamentação”, “Evolução da indústria mineira: fortalecer o papel de Angola no mercado global”, entre outros.

Oficializada existência da Câmara de Minas de Angola

Na abertura da conferência, foi oficializada a Câmara de Minas de Angola para promover e atrair investimentos nacionais e estrangeiros, mediante a apresentação do potencial geológico-mineiro e do ambiente de negócios do país neste domínio.

A câmara pretende servir de plataforma de diálogo e colaboração entre o Governo, empresas mineiras, comunidades locais e parceiros internacionais.

De acordo com o presidente da câmara, José Dias, a mesma visa posicionar Angola como um destino de referência para investimentos no sector mineiro, promovendo práticas sustentáveis, transferência de conhecimento e inovação de tecnologia, inspirados pelo Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027.

Realçou o papel estratégico do sector mineiro no desenvolvimento sócio-económico do país, tendo sublinhado a necessidade de se explorar tais recursos de maneira responsável, transparente e inovador.

Disse que a câmara assume o compromisso de promover práticas que minimizem o impacto ambiental e garantam a protecção das comunidades locais, assegurando que a actividade mineira deixe um legado positivo para as gerações futuras.

No domínio da capacitação, informou que a Câmara de Minas de Angola vai apoiar a formação de quadros nacionais, transferência de tecnologia e o fortalecimento das empresas locais, para que o sector seja um motor de criação de empregos e de competitividade, sem descurar a aposta na inovação tecnológica, essencial para aumentar a eficiência e a segurança na mineração.

Prometeu uma actuação transparente e alinhada aos padrões internacionais, como o processo Kimberley, para garantir a confiança dos investidores e da sociedade.