Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, esta quinta-feira, no município do Soyo (província do Zaire), uma fábrica de tratamento de gás natural não associado do país, com capacidade de processar 350 milhões de pés cúbicos por dia.

Antes do descerramento da placa e do corte da fita, João Lourenço, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço e membros do Executivo, assistiu a um vídeo institucional que apresentou as principais etapas da construção da unidade industrial, iniciada em Outubro de 2023.

A fábrica, implantada numa área de 100 hectares, resulta de um investimento superior a 2,2 mil milhões de dólares, realizado pelo Novo Consórcio de Gás (NCG), liderado pela Azule Energy, em parceria com a TotalEnergies, Chevron e Sonangol, sob coordenação da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

A fábrica vai explorar e produzir gás não associado proveniente dos campos de águas rasas de Quiluma e Maboqueiro, desenvolvidos através de 13 poços produtores e duas plataformas offshore, situadas a 40 quilómetros da costa angolana.

A operação integra ainda um sistema avançado de condutas, incluindo um micro-túnel submarino que garante ligação segura e eficiente entre as estruturas marítimas e terrestres.

A mesma vai engajar cerca de quatro mil trabalhadores, dos quais 78 por cento angolanos, no quadro da política de conteúdo local, que já destinou cerca de um bilião de dólares na contratação de serviços prestados em Angola.

O gás natural não associado é um combustível fóssil composto essencialmente por metano e hidrocarbonetos leves, encontrado em reservatórios subterrâneos, surgindo incolor e inodoro na sua forma natural.

O mesmo surge em formações independentes do petróleo e é extraído em campos dedicados.

Por emitir menos poluentes do que outras fontes fósseis, o gás natural não associado surge como opção energética mais limpa, abrangendo a produção de electricidade em centrais térmicas, consumo doméstico, como gás de cozinha, abastecimento de veículos como matéria-prima essencial em processos industriais que incluem a produção de fertilizantes, plásticos e produtos químicos.

A inauguração da fábrica representa um marco decisivo na modernização da indústria nacional de gás, ao fortalecer a capacidade de produção, ampliar o aproveitamento do recurso e reduzir a dependência de combustíveis mais poluentes, disse o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

Ao consolidar o município do Soyo como ponto estratégico da economia angolana, a fábrica impulsiona o desenvolvimento socio-económico regional, cria novas oportunidades de emprego, reforça a segurança energética e projecta Angola para novas fronteiras de competitividade no sector do gás.

Em declarações à imprensa, o Presidente João Lourenço reconhece que a infra-estrutura assume carácter estratégico para o reforço da segurança energética nacional e para a diversificação da economia.