ÁGUA
Angola com potencial para irrigar 17 milhões de hectares
03/12/2025 12h20
Luanda - As bacias hidrográficas de Angola possuem potencial de irrigação para até 17 milhões de hectares anunciou, esta terça-feira, o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos.
Em declarações à imprensa, no final da décima primeira sessão ordinária do Conselho Nacional de Águas, orientada pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, esclareceu que, com uma boa utilização das áreas disponíveis, é possível atingir três milhões de hectares irrigados.
Destacou que, com esta informação e depois de uma análise sobre o estado actual dos perímetros irrigados, é preocupação do Executivo garantir que tais áreas sejam melhor aproveitadas.
Isaac dos Anjos enfatizou que o Governo está a realizar investimentos significativos para aumentar a resiliência às alterações climáticas.
Por seu lado, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, revelou que, no quadro do levantamento feito pelo Plano Irriga, cerca de 140 perímetros já foram irrigados, dos quais 40 foram visitados e analisados no relatório apresentado.
Adiantou que o objectivo é tornar irrigáveis cerca de cinco milhões de hectares, mediante a implementação de medidas voltadas para a melhoria da disponibilidade de água e o bombeamento para os perímetros irrigados, visando concentrar a população nas áreas com maior disponibilidade hídrica para simplificar a governança.
Referiu que Angola conta com 47 bacias hidrográficas principais, sendo cinco delas partilhadas com países vizinhos.
Dada a relevância da água, esclareceu ser essencial a criação de um grupo de trabalho técnico, para ajudar na sustentação das decisões tomadas pelos órgãos responsáveis pela gestão das bacias hídricas inteiramente nacionais e as partilhadas.
A reunião do Comité Nacional de Águas apreciou também o trabalho sobre a protecção das fontes da torre de água das terras altas de Angola, que abrange as províncias do Cubango, Cuando, Moxico, Moxico Leste e partes das da Huíla, Bié, Huambo e Cunene.
De acordo com o comunicado final, a gestão sustentável e conservação da região são cruciais para proteger a biodiversidade e para a resiliência climática, garantindo o bem-estar de quase dois milhões de pessoas que vivem no Sudeste do país.
Foi igualmente discutida a protecção das torrefeiras, um ecossistema fundamental para a conservação dos mananciais de água.
As torrefeiras actuam como um escudo protector das fontes hídricas, ajudando a reduzir a evapo-transpiração dos rios e garantir a manutenção da água nas bacias, sendo consideradas áreas essenciais para a redução das emissões de carbono.