Juntos pela mesma causa (2021), de Osvaldo Ferreira - Crédito: Reprodução/Nesr Foundation

Bilionários libaneses oferecem uma casa de artes em Luanda

Da Redacção

Angola é o mais recente país africano a anunciar uma nova instituição artística importante para artistas locais com a abertura da Nesr Art Foundation, uma empresa filantrópica dedicada à arte angolana.

A fundação, sediada em Luanda, é financiada por Wissam Nesr e a sua esposa, Hiba Nesr, membros da família libanesa-belga responsável pela multinacional africana Webcor Group. Uma das maiores empresas de Angola, é especializada na importação e distribuição de produtos alimentares.

“A fundação espera acrescentar um espaço importante e internacional ao panorama da arte contemporânea em Angola,” disse Wissam Nesr, CEO da Webcor, ao The Art Newspaper.

A fundação será aberta com um programa de residência. A artista angolana Pamina Sebastião e o artista angolano Osvaldo Ferreira serão os primeiros artistas a participar.

Vários artistas nascidos no país possuem já um pedigree internacional, nomeadamente Nelo Teixeira, Francisco Vidal, Délio Jasse, Binelde Hyrcan e António Ole. Angola acolheu um pavilhão na Bienal de Veneza pela primeira vez em 2013.

O programa de residências proporcionará ateliê e moradia para oito artistas por ano, trabalhando em duplas, em quatro sessões de três meses cada. Os artistas recebem um estúdio totalmente mobiliado e uma sala de estar, bem como uma bolsa mensal e bolsa de produção, antes de ver seus trabalhos expostos na fundação. O espaço vai também expor a colecção privada do Nesr de arte angolana e africana.

A Fundação Nesr é dirigida por uma comissão artística presidida pela curadora angolana Paula Nascimento, ao lado de Fernanda Brenner, fundadora e diretora artística do Centro de Arte Pivo em São Paulo. Tandazani Dhlakama, curador assistente do Zeitz MOCAA, Cidade do Cabo, e Azu Nwagbogu, fundador da African Artists Foundation e do Lagos Photo Festival.

O grupo Webcor foi fundado na década de 1970 em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, pelo pai de Wissam, Ali Nehme Nesr, e ainda está presente no Congo e em Moçambique. A maior parte de suas receitas africanas vem agora de Angola. O grupo, com sede na Suíça, movimenta mais de US$ 1 bilião.