O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu reduzir a Taxa Básica de Juro de 20 para 19,5 por cento, em função da consistência do abrandamento da evolução de preços na economia nacional, desde o início do ano em curso, como resultado do contínuo e rigoroso controlo da liquidez.

Estas informações foram avançadas, na segunda-feira, pelo governador do BNA, José de Lima Massano, na décima oitava sessão, do Comité de Política Monetária que assegurou que além do ambiente interno, a decisão tomada teve em consideração o contexto externo e riscos inerentes, dada a exposição da economia angolana ao sector petrolífero e ao peso dos bens alimentares importados no cabaz de oferta ao mercado interno.

José de Lima Massano assegurou que o BNA vai continuar a acompanhar de perto os desenvolvimentos internacionais mais impactantes sobre a economia, como a guerra na Ucrânia e a covid-19, de modo a actuar atempadamente, caso a evolução justifique. Se o preço do petróleo continuar a baixar, a taxa de juro pode voltar a subir.

O governador disse que, ao BNA não interessa tão somente subir as taxas de juro, "temos um objectivo que é assegurar a estabilidade dos preços e a medida que este exercício resultar na materialização do objectivo, as condições monetárias irão se desagravando", explicou.

E o economista Daniel Tendo disse que esta diminuição vai permitir maior circulação do dinheiro, facilidade na cedência de créditos e mais abertura no sector empresarial.
"Com esta realidade, o sector económico privado vai ter maior abertura no mercado e aumentar a capacidade de produção’’, disse.

Para o economista, o BNA deve aproveitar da melhor forma este novo cenário, porque pode haver o aumento de preços e dar lugar ao crescimento da taxa de inflação que pode ser um perigo para a economia."Este cenário, pode levar-nos a um aumento da inflação, mas se o governo decidiu reduzir a taxa de juro, é porque tem todas estratégias bem traçadas para dar resposta aos possíveis problemas.’’

O Comité de Política Monetária mantém a perspectiva de a taxa de inflação no final do ano em curso situar-se abaixo da previsão inicial de 18 por cento e caminha para o objectivo de um dígito no médio prazo. (Mateus Mateus)