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Papa pede reforço do diálogo inter-religioso para combater extremismo

Papa pede reforço do diálogo inter-religioso para combater extremismo
Papa pede reforço do diálogo inter-religioso para combater extremismo Imagens: Vatican News

Redacção

Publicado às 09h20 04/09/2024

Jakarta - O Papa Francisco pediu, esta quarta-feira, em Jacarta, um "reforço do diálogo inter-religioso" para "combater o extremismo e a intolerância", segundo o portal oficial do Vaticano (Vatican News).

Este diálogo é "essencial para enfrentar os desafios comuns, incluindo o de combater o extremismo e a intolerância, que - distorcendo a religião - tentam impor-se através do engano e da violência", disse o Papa, num discurso às autoridades indonésias e ao Corpo Diplomático no palácio presidencial, no início de uma longa digressão pela região Ásia-Pacífico.

"Para favorecer uma harmonia pacífica e construtiva que garanta a paz, a Igreja deseja reforçar o diálogo inter-religioso", afirmou.

"Há casos em que a fé em Deus é continuamente posta em evidência, mas muitas vezes para ser infelizmente manipulada é utilizada para fomentar divisões e aumentar o ódio", lamentou o líder da Igreja Católica.

Na quinta-feira, o Papa vai participar no encontro inter-religioso na mesquita Istiqlal, a maior do Sudeste Asiático, ligada à catedral pelo "túnel da amizade", e assinar uma declaração conjunta sobre a tolerância com o grande imã Nasaruddin Umar.

Tal como o oceano é o elemento natural que congrega todas as ilhas indonésias, assim o respeito mútuo pelas características culturais, étnicas, linguísticas e religiosas específicas dos grupos humanos que compõem a Indonésia é o indispensável tecido conectivo que torna o povo indonésio unido e orgulhoso", disse o Pontífice.

"Tal como a grande biodiversidade presente neste arquipélago é fonte de riqueza e esplendor, também as diferenças específicas contribuem para formar um magnífico mosaico, em que cada pedra é um elemento insubstituível na composição de uma grande obra original e preciosa, sublinhou.

O Papa acrescentou que "a harmonia no respeito pela diversidade é alcançada quando cada visão particular tem em conta as necessidades comuns, e quando cada grupo étnico e confissão religiosa age com espírito de fraternidade, buscando o nobre objetivo de servir o bem de todos".

Os católicos representam apenas 3,1% dos 270 milhões de habitantes da Indonésia, mas com oito milhões de fiéis é a terceira maior população católica da Ásia, depois das Filipinas e da China, enquanto os muçulmanos representam 89,4%.

O Papa chegou a Jacarta na manhã de terça-feira para uma visita de três dias, no início de uma deslocação a quatro países do Sudeste Asiático e da Oceânia, que o vai levar depois à Papua Nova Guiné, a Timor Leste e a Singapura.

De acordo com a Lusa nas últimas décadas, a Indonésia tem sido palco de atentados perpetrados por extremistas islâmicos, como os de 2002, na ilha costeira de Bali, nos quais morreram 202 pessoas.

Estes ataques, os mais mortíferos da história da Indonésia, conduziram a uma repressão do extremismo islâmico neste país de maioria muçulmana.

A imprensa local afirma que a segurança foi reforçada para a visita do Papa a Jacarta, com algumas estradas fechadas e uma força de segurança de cerca de quatro mil soldados e polícias, bem como atiradores de elite.

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