Americanos elegem hoje o Presidente e os membros do Congresso
Washington - Tudo indica que sete dos 50 estados americanos decidem as eleições presidenciais americanas, que decorrem esta terça-feira, com o candidato republicano, Donald Trump, e a democrata, Kamala Harris, a disputarem os lugares para terem conforto entre os 270 votos do Colégio Eleitoral.
As eleições presidenciais americanas não são decididas por uma votação à escala nacional, mas de estado a estado, em que cada um nomeia delegados para o Colégio Eleitoral, num número igual aos seus membros na Câmara dos Representantes, mais dois referentes aos dois Senadores que cada estado tem, num total de 538.
A maioria será portanto de 270 votos para garantir a eleição.
Os sete estados “oscilantes”, ou seja em que não há a certeza para que lado vão votar, são Wisconsin (10 votos no Colégio Eleitoral), Michigan (15), Pensilvânia (19), Carolina do Norte (16), Georgia (18), Arizona (11) e Nevada (6).
Como Kamala Harris pode vencer
Assumindo que não haverá surpresas no resto do mapa eleitoral, Kamala Harris entra nestas eleições de o5 de Novembro com 211 votos garantidos, segundo o portal RealClearPolitics e isso significa que se vencer Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Arizona e Nevada é eleita Presidente, indica um despacho noticioso da VOA.
Mas, o Washington Post diz que Kamala Harris entra nestas eleições com 226 votos garantidos, o que significa neste caso que a sua rota para a vitória é mais fácil, bastando vencer Wisconsin, Michigan e Pensilvânia para garantir a vitória.
Para este diário, que dá já 226 votos garantidos a Kamala Harris, esta pode vencer se ganhar Nevada, Arizona, Geórgia e Carolina do Norte, mas se seguirmos os 211 que o RealClearPolitics diz que ela tem garantidos, isso não é suficiente.
Em 2020, Biden venceu todos os estados oscilantes, excepto Carolina do Norte, e se Kamala Harris repetir isso, a sua vitória estará garantida.
As vias da vitória para Donald Trump
A via da vitória para Donald Trump é semelhante com a Pensilvânia também a jogar um papel vital. No caso deste candidato, tanto o Washington Post como o RealClearPolitics, dão a Trump 219 votos já garantidos.
Donald Trump é eleito se vencer a Geórgia, Carolina do Norte e Pensilvânia, alcançando então 270 votos no Colégio Eleitoral.
Mesmo que não vença a Pensilvânia, Donald Trump vence se ganhar no Nevada, Arizona, Wisconsin, Carolina do Norte e Georgia (278 votos no Colégio Eleitoral).
Tudo isto presume que no resto do mapa eleitoral não haverá mudanças.
Mas, as últimas sondagens indicam possíveis mudanças no Minnesota (10 votos), New Hampshire (04) e Iowa (06) e isso pode alterar todas as contas.
A última média de todas as sondagens nos estados “oscilantes” dava vantagem a Trump, em cinco dos sete estados, mas tudo dentro da margem de erro.
Americanos elegem também o Congresso
Nestas eleições, serão igualmente eleitos os 435 membros da Câmara dos Representantes e 34 dos 100 membros do Senado.
Costuma se dizer que na política americana ”o Presidente põe e o congresso dispõe” e, por isso, nas eleições desta terça-feira, embora as atenções estejam viradas para o duelo presidencial Trump/Harris, é importante também verificar o que se vai passar nas eleições legislativas.
Todo o poder legislativo passa pelo Congresso americano, embora o Presidente possa, muitas vezes, contornar essa realidade, através de decretos, conhecidos como ordens executivas, que podem, no entanto, ser mais tarde anulados pelo próprio Congresso.
É muito normal na cena política americana ter-se um Presidente de um partido e o congresso controlado por outro, o que, em teoria, força as duas partes a compromissos.
Pode acontecer também a divisão do próprio congresso com os dois partidos a controlaram uma das duas câmaras do órgão legislativo.
Câmara dos Representantes
Neste momento, a Câmara dos Representante, de 435 lugares, é controlada pelos republicanos, com 220 membros, contra 212 dos democratas e outros três vazios.
Todos os lugares na Câmara dos Representantes estão em jogo nestas eleições em que os deputados têm mandatos de apenas dois anos.
São necessários 218 lugares para um partido conseguir a maioria e as sondagens indicam, tal como nas Presidenciais, uma luta renhida de difícil previsão.
Senado
O Senado tem 100 membros e actualmente os democratas controlam 47 lugares e tem o apoio de quatro independentes, contra 49 dos republicanos.
Ao contrário do que acontece na Câmara dos Representantes, os senadores têm mandatos de seis anos e as eleições dos mesmos não se dão no mesmo ano.
Este ano, por exemplo, estão em jogo 34 lugares, dos quais 19 pertencem aos democratas e quatro aos independentes, que geralmente votam com os democratas.
Esta situação coloca os democratas numa desvantagem eleitoral no Senado, porque há mais lugares deles em jogo.
Dos 49 republicanos no Senado apenas 11 cadeiras vão a voto.
De salientar que, em caso de empate no Senado. o vice-presidente é quem dá o voto de desempate.
Governadores
Nestas eleições, estão também em jogo os postos de governador, em 11 dos 50 Estados.
Os governadores têm o poder de formar os Governos nos seus respectivos Estados que, ao abrigo do sistema federal americano, gozam de poderes em diversas áreas de governação.
Neste momento, os republicanos governam 27 dos 50 Estados, contra 23 dos democratas.