Presidente ucraniano diz que há chineses a combater pela Rússia


Kiev - O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado que “várias centenas” de cidadãos chineses estão a combater pela Rússia na Ucrânia, dias depois de ter acusado o governo russo de arrastar a China para a guerra.
“Neste momento, sabemos que pelo menos várias centenas de cidadãos chineses estão a combater com as forças de ocupação russas”, disse Zelensky, discursando por vídeo numa reunião de líderes militares dos aliados da Ucrânia, que decorreu sábado em Bruxelas na sede da NATO.
Na sua declaração, o Presidente ucraniano acusou a Rússia de tentar “prolongar a guerra” usando vidas chinesas.
No início desta semana, Volodymyr Zelensky anunciou a captura de dois cidadãos chineses que disse estarem a combater nas fileiras russas na Ucrânia.
Mais tarde, estimou o número em pelo menos 155, mas destacou que provavelmente havia “muitos mais”.
Volodymyr Zelensky acusou a China de saber que os seus cidadãos estavam a ser recrutados pelo Exército russo, comentários considerados “irresponsáveis” pela China, que se demarcou de qualquer envolvimento no conflito, e a presidência russa respondeu que as informações do Presidente ucraniano estavam erradas.
Na sua intervenção, Zelensky lançou um novo apelo ao nível do armamento e pediu aos seus aliados dez sistemas adicionais de defesa aérea Patriot de fabrico norte-americano.
Os líderes militares reuniram-se em Bruxelas no chamado Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, ou também conhecido como “formato Ramstein”, que inclui os principais aliados da Ucrânia.
O Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia foi criado em Abril de 2022 pelos Estados Unidos, cerca de dois meses depois da invasão russa da Ucrânia, e reúne cerca de 50 países.
As reuniões deste grupo foram regularmente realizadas na base militar norte-americana de Ramstein, no sudoeste da Alemanha, mas Washington tem vindo a demarcar-se da organização desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos.