Luanda - A Venezuela pediu hoje à comunidade internacional que promova uma cimeira pela paz e garanta o cessar-fogo imediato entre Israel e Irão para evitar o abismo nuclear.

"A situação na Ásia Ocidental entrou numa fase de tensão e violência acrescidas. A intensificação da agressão israelita à República Islâmica do Irão, ameaça desencadear uma crise de consequências catastróficas de natureza nuclear contra a região e o mundo", refere uma nota distribuída a imprensa pela Embaixada da Venezuela em Angola.

Segundo a nota, acresce-se a esta situação a persistente recusa de Israel em desmantelar o seu arsenal nuclear não declarado, assim como a sua recusa em submeter-se ao regime de inspecções da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) e em aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

O comunicado adverte, por outro lado, que a impunidade sustentada representa um grave risco para a segurança colectiva e compromete os princípios do sistema multilateral.

Perante este contexto, a Venezuela "apela urgentemente às organizações do Sul Global", incluindo o Movimento dos Países Não-Alinhados, a Liga dos Estados Árabes, a Organização de Cooperação Islâmica, o Conselho de Cooperação do Golfo, a União Africana, os BRICS, a CELAC e outros organismos regionais, "para que promovam conjuntamente um cessar-fogo imediato e abrangente na Ásia Ocidental".

Na óptica da Venezuela, o apelo à cessação das hostilidades deve constituir o primeiro passo para uma solução política global, assente no diálogo, na legalidade e no respeito soberano entre os Estados.

O documento acrescenta que a cimeira deverá ser liderada pela Liga Árabe, pelas organizações de Cooperação Islâmica, de Cooperação do Golfo e pelos BRICS e com o compromisso de potências como a China e a Rússia.