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Cientistas descobrem nova classe de antibióticos naturais no corpo humano

Cientistas descobrem nova classe de antibióticos naturais no corpo humano
Cientistas descobrem nova classe de antibióticos naturais no corpo humano Imagens: DR

Redacção

Publicado às 16h10 10/07/2025 - Actualizado às 16h10 10/07/2025

Barcelona - Cientistas identificaram uma nova classe de peptídeos antimicrobianos nas proteínas do corpo humano, uma fonte de “antibióticos naturais” capazes de eliminar bactérias multi-resistentes responsáveis por infecções hospitalares graves, segundo o jornal el observador.

A descoberta, realizada por uma equipa de cientistas liderada pela Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) e publicada na revista científica Molecular Systems Biology, poderá abrir caminho a tratamentos “mais eficazes” contra infecções resistentes aos antibióticos convencionais.

O estudo centrou-se na análise de mais de uma centena de “proteínas de ligação aos glicosaminoglicanos (HBP)”, que normalmente ajudam em processos como a coagulação do sangue ou a inflamação.

Marc Torrent, investigador do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UAB e coordenador do trabalho, explicou que a investigação se baseia numa observação curiosa: “Certas proteínas do nosso corpo que se ligam à heparina, uma molécula que regula processos como a coagulação e a inflamação, também podem reconhecer estruturas semelhantes encontradas na superfície de bactérias perigosas”. Com base nesta ideia, os investigadores identificaram e sintetizaram fragmentos destas proteínas com “potencial antimicrobiano” e seleccionaram cinco péptidos que mostraram uma actividade potente contra bactérias responsáveis por infecções graves nos hospitais.

Um dos péptidos, a que chamaram HBP-5, revelou-se especialmente promissor, pois não só elimina eficazmente as bactérias em laboratório, mesmo em concentrações muito baixas, como também actua num modelo de sépsis em ratos infectados, em que o tratamento foi capaz de reduzir significativamente a carga bacteriana. “Estes péptidos destacam-se pela sua potência e especificidade, com uma toxicidade muito baixa nas células humanas, o que indica que poderão ser seguros como base para futuros tratamentos”, explicou Torrent.

Segundo o investigador, esta descoberta “abre a porta a uma nova família de antibióticos derivados das proteínas do próprio organismo, com a vantagem de poderem actuar especificamente contra as bactérias resistentes sem afectar as células sãs”.

 

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