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Brasil apresenta queixa sobre tarifas de Trump em reunião da OMC

Brasil apresenta queixa sobre tarifas anunciadas por Trump em reunião da OMC
Brasil apresenta queixa sobre tarifas anunciadas por Trump em reunião da OMC Imagens: DR

Redacção

Publicado às 21h48 23/07/2025 - Actualizado às 21h48 23/07/2025

Brasília - O Brasil apresentou hoje uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo país para os Estados Unidos, anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O embaixador e secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Philip Fox-Drummond Gough, classificou, numa intervenção na OMC, as tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, sem citá-lo directamente, como "arbitrárias" e "anunciadas e implementadas de forma caótica".

O representante do Brasil alegou que as taxas estão a "desestruturar as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação" e reiterou a necessidade de defesa contínua do sistema multilateral de comércio.

A delegação brasileira também registou profunda preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais como instrumento de interferência nos assuntos internos de outros países.

O país sul-americano reforçou ainda que perante a instabilidade no comércio global, defende que os países redobrem esforços em prol de uma reforma estrutural do sistema multilateral de comércio e da plena recuperação do papel da OMC como foro de resolução de disputas e de defesa de interesses legítimos de seus membros através do diálogo e da negociação.

O Presidente dos Estados Unidos anunciou taxas alfandegárias de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos alegando que existe um desequilíbrio no comércio bilateral, mas também acusando o Brasil pela "forma como tem tratado o ex-presidente Bolsonaro", processado no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o actual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, é acusado de comandar, juntamente com ex-ministros e oficiais militares de alta patente, um plano de golpe para permanecer no poder após a sua derrota nas eleições.

Na última sexta-feira o ex-presidente foi alvo de medidas judiciais num outro caso por, juntamente com seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro, pedir aos Estados Unidos a aplicação de sanções contra o Brasil se os processos criminais contra ele não forem anulados.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde Março passado, afirmou ter influenciado a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de ameaçar o Brasil com tarifas de 50% a partir de 01 de Agosto, se os processos contra Bolsonaro não forem anulados com a aprovação de uma amnistia ampla e irrestrita.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos também suspendeu os vistos de viagem de oito dos onze juízes do Supremo Tribunal Federal.

 

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