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Líder da República Chéquia reúne-se com Dalai-lama na Índia

Líder da República Chéquia reúne-se com Dalai-lama na Índia
Líder da República Chéquia reúne-se com Dalai-lama na Índia Imagens: DR

Redacção

Publicado às 20h26 28/07/2025

Praga - O Presidente da República Chéquia, Petr Pavel, quebrou hoje um tabu diplomático ao reunir-se publicamente com o Dalai-lama na Índia, tornando-se o primeiro chefe de Estado em exercício a fazê-lo, num desafio directo à China.

Durante o encontro, Pavel expressou apoio à abordagem proposta pelo Dalai-lama para resolver o conflito com a China, baseada numa "via média" que não reivindica a independência do Tibete, mas sim a autonomia religiosa e cultural dentro do país asiático.

"Ele (Dalai-lama) não defende um Tibete independente. Compreende muito bem o caminho do meio e deseja apenas liberdade religiosa, liberdade de expressão e liberdade de língua para o seu povo. E acho que todos devemos apoiá-lo", declarou o Presidente checo, de acordo com um comunicado.

Ladakh, uma região de maioria budista e ponto sensível na disputa fronteiriça entre a Índia e a China, é um dos principais centros espirituais para a comunidade tibetana no exílio, que chegou à Índia após a ocupação do Tibete pela China na década de 1950.

Durante a reunião com os líderes políticos, o Presidente do Governo tibetano no exílio, Penpa Tsering, classificou a visita como um "marco histórico" e agradeceu o gesto como um apoio implícito à causa tibetana.

Esta visita sem precedentes ocorre apenas um mês após o 90.º aniversário do Dalai-lama, que foi um momento decisivo para o desenvolvimento do conflito com a China, uma vez que o líder espiritual confirmou em Dharamsala que a sua sucessão teria lugar e que apenas o seu comité privado, o seu círculo de confiança mais próximo, teria o poder de decidir quem o sucederia.

A decisão de Pavel de manter uma reunião pública com o Dalai-lama marca uma ruptura com a cautela tradicionalmente mantida pelos líderes internacionais e constitui um gesto invulgar no cenário diplomático actual, onde poucos governos se atrevem a desafiar abertamente a posição chinesa sobre o Tibete.

Enquanto Beijing insiste que a reencarnação do Dalai-lama é uma prerrogativa do Estado chinês, Nova Deli afirmou que se trata de uma questão estritamente religiosa e mantém uma postura neutra.

A questão internacionalizou-se, especialmente desde que os Estados Unidos aprovaram a Lei de Política e Apoio ao Tibete, que ameaça com sanções qualquer funcionário chinês que interfira no processo de sucessão.

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