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Tsunami danifica base de submarinos nucleares da Rússia

Tsunami danifica base de submarinos nucleares da Rússia
Tsunami danifica base de submarinos nucleares da Rússia Imagens: DR

Redacção

Publicado às 21h04 01/08/2025

Washington - A poderosa base naval de Rybachiy, que abriga os submarinos nucleares da Frota do Pacífico da Rússia, sofreu danos estruturais após ser atingida por um tsunami provocado por um sismo de magnitude 8,8.

As consequências do fenómeno natural, que ocorreu na madrugada de quarta-feira (30 de julho), foram registadas por imagens de satélite divulgadas esta sexta-feira, sugerindo um impacto significativo numa das infraestruturas militares mais sensíveis do país.

A base, localizada na baía de Avacha, na península de Kamchatka, constitui o principal porto de abrigo para os submarinos de propulsão nuclear da Rússia no Pacífico e está situada entre as instalações militares russas mais próximas do território continental dos Estados Unidos.

A vulnerabilidade revelada pelo desastre natural poderá ter implicações relevantes para a estratégia de dissuasão naval russa e para o equilíbrio geoestratégico entre Moscovo e Washington.

As imagens que comprovam os danos foram recolhidas pela empresa norte-americana de tecnologia espacial Umbra Space e partilhadas nas redes sociais pelo engenheiro Logan Garbarini. A comparação com fotografias anteriores, obtidas através de plataformas como Google/Maxar, mostra alterações visíveis na estrutura do cais da base: parte dele surge visivelmente dobrado e aparentemente deslocado das suas fundações.

De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a onda gerada pelo sismo atingiu a base cerca de 15 minutos após o abalo inicial, que teve epicentro a cerca de 120 quilómetros da costa. A força do tsunami foi particularmente intensa na zona, provocando inundações noutras áreas costeiras, como o porto de Severo-Kurilsk, onde as autoridades registaram vagas de até cinco metros e destruição substancial de infraestruturas.

Apesar dos danos, as informações disponíveis indicam que os dois submarinos de classe Yasen — movidos a energia nuclear e atracados na base na altura do tsunami — não terão sido afectados. Essa avaliação foi feita por Sidharth Kaushal, investigador do Royal United Services Institute (RUSI), que sublinhou ao Telegraph não existirem indícios visíveis de estragos nas embarcações.

O comando militar russo ainda não divulgou uma avaliação oficial sobre os danos, mas fontes locais confirmam que os sistemas de alerta de emergência e as normas de construção adaptadas a riscos sísmicos terão sido cruciais para evitar vítimas no complexo de Rybachiy.

O Kremlin, através do porta-voz Dmitry Peskov, garantiu que as autoridades regionais de Kamchatka estavam “bem preparadas” para um cenário desta natureza, acrescentando que “os avisos foram emitidos a tempo” e que “a população foi evacuada rapidamente das zonas perigosas”. Peskov destacou ainda que os edifícios mostraram “resiliência estrutural face aos choques”.

Para o comandante reformado da Marinha Real britânica, Tom Sharpe, os danos estruturais visíveis levantam questões mais profundas. “Se partirmos do princípio de que uma vaga entrou ali e dobrou aquele cais, então sim — o que mais poderá ter acontecido?”, questionou, deixando no ar a possibilidade de estragos ainda não revelados.

A Newsweek, que divulgou inicialmente esta informação nos Estados Unidos, contactou o Ministério da Defesa da Rússia para obter esclarecimentos adicionais, mas até ao momento não obteve resposta.

 

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