Pessoas em Gaza estão a ser abatidas como animais


Gaza - A organização Médicos Sem Fronteiras exigiu esta quinta-feira o encerramento dos pontos de distribuição de alimentos geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), controlada por Israel e Estados Unidos, considerando-os locais de "assassinatos de palestinianos”.
A organização internacional explica estar a fazer a acusação com base numa análise de dados médicos e de testemunhos de médicos e doentes em duas clínicas sob sua gestão em Gaza, na Palestina.
Segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), os locais de distribuição de alimentos da FHG são cenário de "uma violência dirigida e indiscriminada por parte das forças israelitas e dos fornecedores privados norte-americanos contra os palestinianos famintos".
Por isso, a MSF apela ao "desmantelamento imediato do programa da FHG e à reposição do mecanismo de prestação de ajuda coordenado pela ONU" e pede aos governos, "especialmente aos Estados Unidos, mas também aos doadores privados, para que suspendam todo o apoio financeiro e político à FHG".
A organização de ajuda médica denuncia, num relatório hoje divulgado, os "horrores testemunhados" em duas clínicas que recebiam regularmente fluxos em massa de vítimas após a violência em locais geridos pela FHG, organização que, entre 07 de Junho e 24 de Julho, foi a única com permissão para distribuir ajuda humanitária em Gaza.
No período em causa, adianta a MSF, "1.380 vítimas, incluindo 28 mortos, foram recebidas nas clínicas Al-Mawasi e Al-Attar da MSF, no sul de Gaza, localizadas perto dos locais de distribuição geridos pela FHG".