Líderes da Turquia, Itália e Líbia discutem rota migratória do Mediterrâneo

Ancara - A rota migratória da Líbia através do Mediterrâneo, utilizada por milhares de pessoas em busca de uma maneira de chegar à Europa, foi um dos principais temas de uma reunião realizada na sexta-feira entre os líderes da Turquia, Itália e Líbia em Istambul, informou a presidência turca.

O presidente Tayyip Erdogan se encontrou com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro líbio, Abdulhamid al-Dbeibah, para discutir migração e outras possíveis áreas de cooperação.

"Erdogan destacou a importância da cooperação entre os três países diante dos desafios que a bacia do Mediterrâneo enfrenta, incluindo fluxos migratórios irregulares", afirmou a presidência em um comunicado.

Ele acrescentou que "soluções sustentáveis e de longo prazo" são necessárias para interromper esses fluxos migratórios e que uma coordenação multilateral é necessária para alcançar esse objetivo, afirmou.

A Líbia, grande exportadora de energia, há muito dividida entre facções rivais, é um dos principais pontos de partida para migrantes que cruzam o Mediterrâneo vindos do Norte da África.

Potências regionais rivais – Rússia, Turquia, Egipto e Emirados Árabes Unidos – também foram atraídas para suas divisões políticas.

A Turquia, membro da OTAN, tem apoiado militar e politicamente o governo internacionalmente reconhecido da Líbia, sediado em Trípoli. Em 2020, enviou militares para lá para treinar e apoiar seu governo e, posteriormente, firmou um acordo de demarcação marítima, que foi contestado pelo Egipto e pela Grécia.

Em 2022, Ancara e Trípoli também assinaram um acordo preliminar sobre exploração energética, ao qual Egipto e Grécia também se opõem.

A Turquia e a Itália, aliadas da OTAN, por sua vez, mantêm laços fortes e se comprometeram a impulsionar a cooperação na indústria de defesa, além de aumentar seu comércio recíproco.