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Meloni afasta tropas italianas em força de segurança para Ucrânia

Meloni afasta tropas italianas em força de segurança hoje anunciada
Meloni afasta tropas italianas em força de segurança hoje anunciada Imagens: DR

Redacção

Publicado às 23h12 04/09/2025 - Actualizado às 23h17 04/09/2025

Roma - A Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afastou hoje o envio de tropas para a Ucrânia, após o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar que Alemanha, Polónia e Itália vão participar nas garantias de segurança a um acordo com a Rússia.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afastou hoje o envio de tropas para a Ucrânia, após o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar que Alemanha, Polónia e Itália vão participar nas garantias de segurança a um acordo com a Rússia.

Durante uma reunião hoje em Paris de mais 30 aliados de Kiev, no âmbito da chamada Coligação dos Dispostos, na qual a chefe do Governo italiano participou por videoconferência, Meloni transmitiu "a relutância da Itália em enviar tropas para a Ucrânia", de acordo com um comunicado do executivo de Roma.

O documento clarifica que a Itália poderá apoiar "um possível cessar-fogo através de iniciativas de monitorização e formação fora das fronteiras da Ucrânia".

No final da reunião, Emmanuel Macron anunciou à imprensa que 26 países, na maioria europeus, comprometeram-se a participar numa "força de segurança" como parte de um acordo de paz a celebrar entre Moscovo e Kiev, enviando tropas para a Ucrânia ou estando "presentes em terra, no mar ou no ar".

Alemanha, Itália e Polónia "estão entre os 26 contribuintes que definiram o apoio", especificou o líder francês, "quer para a regeneração do Exército ucraniano, quer para a segurança" no seu território, mas não deu mais pormenores sobre outros países ou capacidades militares disponibilizadas.

De acordo com a declaração do executivo italiano, Roma defende "pressão coletiva sobre a Rússia, incluindo através de sanções" e "garantias de segurança sólidas e fiáveis, a definir em conjunto por ambos os lados do Atlântico", referindo-se aos Estados Unidos.

Nas declarações de hoje, o Presidente francês frisou que a força "não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia", acrescentando que os Estados Unidos foram também "muito claros" sobre a sua disponibilidade para participar no apoio à decisão tomada pelo grupo de aliados de Kiev.

"Não há dúvida sobre isso", declarou Macron, que remeteu os detalhes sobre o "apoio americano" para os próximos dias.

Giorgia Meloni participou também, com Macron, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com outros líderes europeus na conversa telefónica com o Presidente norte-americano, Donald Trump, após a reunião dos aliados de Kiev.

À semelhança do que já tinha sugerido anteriormente, a chefe do Governo italiano indicou no comunicado que levantou mais uma vez junto dos países aliados de Kiev a criação de um mecanismo de segurança, inspirado no artigo 5.º do Tratado da NATO, que consagra a defesa coletiva dos Estados-membros "como um elemento-chave da componente política das garantias de segurança".

A reunião da Coligação dos Dispostos juntou hoje em Paris e por videoconferência mais de 30 países aliados de Kiev, na maioria europeus e incluindo Portugal, e foi copresidida pelo líder francês e pelo primeiro-ministro britânico, Keith Starmer.

Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano para aproximar as partes.

O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança que previnam uma nova agressão de Moscovo.

 

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