CONFLITO
Israel bombardeia porto no Iémen

16/09/2025 20h08
Sana - Aviões israelitas bombardearam hoje o porto da cidade de Hodeida, na costa do mar Vermelho do Iémen, após Israel ter apelado à evacuação imediata da infra-estrutura antes do ataque, anunciaram os rebeldes hutis.
O porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Sarea, afirmou num comunicado que as defesas aéreas do grupo tinham enfrentado a aviação israelita, sem precisar quaisquer resultados.
A televisão Al Masirah, controlada pelo movimento xiita, confirmou que os bombardeamentos atingiram o porto de Hodeida, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O bombardeamento ocorreu pouco depois de o porta-voz do Exército israelita, Avichay Adraee, ter avisado que as forças de Israel iam atacar Hodeida "nas próximas horas".
Adraee apelou na altura "a todos os presentes e aos navios atracados" para que abandonassem o porto imediatamente.
Pouco depois do anúncio dos rebeldes, o Exército israelita disse ter atingido uma infra-estrutura militar dos hutis no porto de Hodeida.
"Há pouco, as Forças de Defesa de Israel atingiram uma infra-estrutura militar pertencente ao regime terrorista dos hutis no porto de Hodeida, no Iémen", disse o Exército num comunicado citado pela agência de notícias France-Press (AFP).
Segundo as autoridades israelitas, o porto estaria a ser usado pelos rebeldes "para o transporte de armas fornecidas pelo regime iraniano, com o objectivo de realizar ataques contra o Estado de Israel e os seus aliados".
Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pela ofensiva do Hamas em Israel em 7 de Outubro de 2023, os hutis pró-iranianos multiplicaram os disparos de mísseis e drones contra território israelita.
Visaram também navios comerciais ligados a Israel, ao largo do Iémen, alegando agir em solidariedade com os palestinianos.
Em resposta, Israel lançou várias vagas de ataques aéreos mortais no Iémen, atingindo portos, incluindo o de Hodeida, centrais eléctricas e o aeroporto internacional de Sana.
Um ataque israelita contra uma reunião em Sana em 28 de Agosto matou o chefe do governo dos hutis, Ahmad Ghaleb al-Rahwi, nove ministros e mais duas pessoas.
Israel anunciou em 10 de Setembro novos bombardeamentos contra "alvos militares" dos huthis em Sana e na província de Jawf (norte), que, segundo os rebeldes, provocaram 46 mortos. No dia seguinte, o Exército israelita afirmou ter interceptado um míssil lançado a partir do Iémen.
Os rebeldes controlam actualmente vastas áreas do Iémen, em guerra desde 2014. O Governo iemenita reconhecido internacionalmente mantém-se instalado em Aden, a principal cidade do sul.