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Hamas acusa Israel de minar cessar-fogo com cumplicidade dos EUA

Hamas acusa Israel de minar cessar-fogo com cumplicidade dos EUA
Hamas acusa Israel de minar cessar-fogo com cumplicidade dos EUA Imagens: DR

Redacção

Publicado às 19h40 29/10/2025 - Actualizado às 19h44 29/10/2025

Faixa de Gaza - O Hamas acusou hoje Israel de "sabotar o acordo de cessar-fogo" com a cumplicidade dos Estados Unidos e de "impor novas equações pela força", após a vaga de bombardeamentos entre terça-feira e hoje contra a Faixa de Gaza.

Os ataques israelitas provocaram mais de uma centena de mortos no enclave, segundo indicou num comunicado o grupo radical palestiniano, que alertou que tais acções podem comprometer a proposta do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para o futuro da Faixa de Gaza.

"A traiçoeira escalada contra o nosso povo em Gaza revela uma clara intenção de sabotar o acordo de cessar-fogo e impor novas equações pela força, com a cumplicidade dos Estados Unidos, que oferecem ao governo fascista do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu uma cobertura política para continuar os seus crimes", afirmou o Hamas.

"A posição tendenciosa dos Estados Unidos a favor da ocupação constitui uma cumplicidade no derramamento de sangue de crianças e mulheres palestinianas e uma incitação directa à continuação da agressão", acusou ainda.

No mesmo comunicado, o movimento extremista palestiniano frisou que "a ocupação é totalmente responsável por esta perigosa escalada, pelas suas consequências políticas e no terreno, e pela tentativa de sabotar o plano de Trump e o acordo de cessar-fogo".

"O mundo deve compreender que o sangue das nossas crianças e mulheres não é barato e que a resistência, com todas as suas facções, que demonstrou e continua a demonstrar um compromisso responsável com o acordo, não permitirá que o inimigo imponha novas realidades pela força", afirmou o grupo islamita palestiniano.

O Hamas voltou a apelar aos mediadores internacionais e garantes do cessar-fogo Estados Unidos, Qatar, Egipto e Turquia que "assumam todas as suas responsabilidades" perante a "agressiva escalada" e exerçam pressão imediata sobre o Governo israelita "para que ponha fim aos massacres e cumpra integralmente as cláusulas do acordo".

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, tutelado pelo Hamas, indicou anteriormente que a recente vaga de bombardeamentos israelitas, que duraram cerca de 12 horas, causaram pelo menos 104 mortos confirmados, incluindo 46 crianças, e 253 feridos, entre os quais 78 crianças.

Entre as vítimas mortais encontra-se o jornalista Muhamad al-Muniraui, o que eleva para 256 o número de repórteres mortos em Gaza no âmbito da ofensiva israelita no enclave.

O gabinete de imprensa das autoridades de Gaza condenou "nos termos mais firmes" os "ataques sistemáticos e os assassínios de jornalistas" por parte de Israel, após a morte de Al-Muniraui, apelando a "uma pressão efectiva e séria para travar o genocídio e proteger os jornalistas e profissionais dos meios de comunicação" no enclave.

O Exército israelita, que hoje de manhã assegurou ter retomado o cumprimento do cessar-fogo, afirmou que os bombardeamentos foram realizados na sequência de "flagrantes violações" do acordo por parte do grupo palestiniano, acrescentando que entre os alvos figuram "dezenas de terroristas de alto nível, postos de observação, um centro de fabrico de armas, pontos de lançamento de rockets e morteiros e um túnel".

As forças militares israelitas indicaram que vários dos mortos participaram nos ataques do Hamas que visaram o sul de Israel a 07 de Outubro de 2023 e que desencadearam a ofensiva em Gaza.

Entre eles, segundo o Exército, está um comandante da Força Nujba, a unidade de elite do Hamas, identificado como Hatem Maher Musa Quadre.

Durante os ataques de Outubro de 2023, cerca de mil e 200 pessoas morreram e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infra-estruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

 

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