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Macron torna-se o presidente francês mais impopular dos últimos 50 anos

Macron torna-se o presidente francês mais impopular dos últimos 50 anos
Macron torna-se o presidente francês mais impopular dos últimos 50 anos Imagens: DR

Redacção

Publicado às 19h04 30/10/2025

Paris - O Presidente francês, Emmanuel Macron, registou a sua pior taxa de aprovação desde que chegou ao Palácio do Eliseu, tornando-se o chefe de Estado mais impopular da França nos últimos 50 anos, segundo uma sondagem publicada esta quinta-feira pelo Le Figaro.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, registou a sua pior taxa de aprovação desde que chegou ao Palácio do Eliseu, tornando-se o chefe de Estado mais impopular da França nos últimos 50 anos, segundo uma sondagem publicada esta quinta-feira pelo Le Figaro.

De acordo com o inquérito do grupo Verian, realizado junto de mil pessoas, apenas 11% dos franceses aprovam a atuação de Macron, um valor que iguala o recorde negativo anteriormente detido pelo seu antecessor e antigo mentor político, François Hollande, que em 2016 atingiu a mesma marca pouco antes de anunciar que não se recandidataria à presidência.

A sondagem faz parte de uma série mensal iniciada nos anos 1970, tornando este o pior resultado de sempre desde que o instituto começou a medir a popularidade dos presidentes franceses.

A queda acentuada da popularidade de Macron tem sido atribuída a duas decisões amplamente impopulares: a reforma que aumentou a idade da reforma e a dissolução do parlamento após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias de 2024. Ambas as medidas desencadearam meses de bloqueio político e protestos sociais que deixaram a presidência fragilizada e a maioria parlamentar em colapso.

Outros institutos de sondagens confirmam a tendência de queda. Um estudo da Ipsos divulgado no início deste mês situou a aprovação de Macron em 19%, valor ainda superior ao pior registo de Hollande (13% em 2014). Já uma sondagem da Odoxa, publicada na terça-feira, indicou que apenas 20% dos inquiridos consideram Macron um “bom presidente”, mantendo-o apenas ligeiramente acima do seu predecessor socialista.

Um ex-conselheiro presidencial, que falou sob anonimato à revista POLITICO, afirmou que “Macron está constantemente dependente das sondagens — teria de ser cego ou surdo para não perceber que é detestado”. O mesmo interlocutor acrescentou que o presidente “tem uma fraca perceção das consequências que as reformas que considera necessárias têm sobre o país”.

O descontentamento generalizado com Macron contrasta com as taxas de aprovação mais estáveis dos primeiros presidentes da Quinta República Francesa, fundada em 1958, que mantinham níveis consistentemente superiores aos dos seus sucessores contemporâneos.

O fenómeno não é exclusivo de França. O pessimismo político alastra-se entre as principais democracias europeias: no Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer regista uma taxa de aprovação ligeiramente inferior a 20%, segundo o agregador de sondagens do POLITICO, enquanto na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz atingiu recentemente 25%, de acordo com o instituto Forsa para a RTL e a ntv.

Com apenas 11% de aprovação, Macron enfrenta agora uma das fases mais críticas do seu segundo mandato, marcado por divisões políticas profundas, contestação social e erosão de apoio popular sem precedentes na história recente de França.

 

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