FAIXA DE GAZA
Emir do Qatar condena as violações ao cessar-fogo em Gaza

21/10/2025 15h13
Qatar - O emir do Qatar acusou hoje Israel de continuar a violar o cessar-fogo na Faixa de Gaza e lamentou a incapacidade da comunidade internacional para lidar com a tragédia sofrida pelos palestinianos.
"Reafirmamos a nossa condenação a todas as violações e práticas israelitas na Palestina, particularmente a transformação da Faixa de Gaza numa área imprópria para a vida humana, (e) as contínuas violações do cessar-fogo", disse o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani no seu discurso anual ao Conselho da Shura, o órgão legislativo do Qatar.
O emir lamentou que a "comunidade internacional continue incapaz de impor respeito quando se trata da tragédia do povo palestiniano".
"Afirmamos também que a Faixa de Gaza é parte integrante dos territórios palestinianos do Estado unificado da Palestina", enfatizou o Emir do Qatar, um dos países mediadores do cessar-fogo.
O exército israelita realizou vários bombardeamentos e ataques contra Gaza desde a entrada em vigor do cessar-fogo, embora tenha afirmado que está a agir contra "suspeitos" que atravessam a "linha amarela" para a qual as suas tropas recuaram durante o ataque ou em resposta a alegados ataques do Hamas.
Por sua vez, o Hamas acusou Israel de violar o acordo "desde o primeiro dia", alegação que corrobora com provas apresentadas aos países mediadores e garantes do pacto.
As autoridades de Gaza reportaram recentemente 80 violações do cessar-fogo, com quase 100 palestinianos mortos pelas forças israelitas.
A primeira fase do cessar-fogo, assinado a 10 de Outubro com a mediação de Washington e de outros países como Egipto, Qatar e Turquia, prevê a libertação de reféns e de prisioneiros palestinianos, a retirada gradual das forças israelitas e o reforço da ajuda humanitária a Gaza.
No entanto, as acusações mútuas de violações da trégua ameaçam fragilizar o acordo e reacender o conflito.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de Outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infra-estruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.