CONSTRUçãO

PR anuncia construção da centralidade de Malanje

Avenida da cidade de Malanje - Nelson Costa
Avenida da cidade de MalanjeImagem: Nelson Costa

07/09/2023 18h11

Malanje – O Presidente da República, João Lourenço, anunciou a construção de uma centralidade na província de Malanje, com mais de 2.500 fogos, com início previsto entre o final deste ano e princípio de 2024.

O Chefe de Estado falava à imprensa no final da reunião que manteve com o Governo Provincial de Malanje, no quadro da sua visita de trabalho à província.

O Presidente anunciou, também, a construção de um Instituto Superior de Agronomia no município de Cacuso, província de Malange, justificando a decisão pelo facto da província ser potencialmente agrícola.

Ressalvou, entretanto, que as centralidades, em si, não são a única solução para habitação no país.

"As centralidades ajudam a acomodar uma certa franja da população, mas a solução para todos é, sem sombras de dúvidas, a auto-construção, disse o Chefe de Estado, notando que, neste quesito, a responsabilidade do Estado é ceder terrenos infra-estruturados para que cada um possa erguer a sua própria habitação.

Defendeu, a propósito, a combinação das várias soluções, entre as quais, habitação social, centralidades construídas pelo Estado, auto-construção e cooperativas, para a resolução da problemática da habitação no país.

Instituto Superior de Agronomia em Malanje

O Presidente João Lourenço afirmou que a referida infra-estruturas será a maior a este nível no país, e poderá também receber candidatos das 18 províncias.

Justificou a construção desta infra-estrutura na província de Malanje por ter um grande potencial agrícola e estar rodeada de outras províncias com o mesmo potencial agrícola, nomeadamente o Cuanza Norte e o Uíge.

Actualmente existe na província do Huambo uma instituição de ensino superior para a formação no ramo da Agronomia.

"Vai nascer este segundo no norte do país e vamos caprichar no sentido de fazer algo de que nos possamos orgulhar nas próximas décadas", sublinhou.

Disse que, falar na necessidade da aposta na agricultura sem a preocupação com a formação do homem, "não é fazer bem as coisas".

"Não basta apelarmos às famílias e aos empresários agrícolas para produzirem mais se eles não tiverem pessoas capacitadas para empregar que saibam da agricultura", sustentou.

O Titular do Poder Executivo informou que o Governo vai manter e melhorar o Instituto de Agronomia da Chianga, no Huambo, e reabilitar o do Tchivinguiro, na província da Huíla.

Para além do Instituto Superior Agrário em Malanje, foi também anunciado a construção de um mini canal, a exemplo do Cafu, no Cunene, para o perímetro irrigado de Capanda.

Satisfação pelas unidades agro-industriais de Malanje

O Chefe de Estado mostrou satisfação com a sua visita às unidades agro-industriais da Biocom e da Fazenda Lutete, no município de Cacuso.

Enfatizou que fazia todo sentido começar a sua visita no campo, ali onde se produz a comida.

A Fazenda Lutete, disse o Presidente, funciona como uma espécie de incubadora empresarial para capacitar os jovens interessados em abraçar a actividade do campo a começarem o seu negócio com as pequenas parcelas infra-estruturadas, contribuindo assim para o aumento de bens essenciais.

"Gostamos do que vimos. Aquele projecto não tem muito tempo de existência. Foi inaugurado o ano passado, é investimento público, mas alguns críticos dirão que o Estado já não tem que se meter no sector produtivo, ou que devíamos incluir no PROPRIV para que seja privatizado", assinalou.

O Programa de Privatizações (PROPRIV) visa reduzir a intervenção do Estado na economia e tem por objectivo promover o fomento empresarial.

De acordo com o Chefe de Estado, este caso concreto da Quizenga Lutete "depois do que vimos, entendemos que não deve ser privatizado, porque vamos aproveitar o facto de já termos lá água, energia, e terrenos infra-estruturados.

O Presidente da República indicou que a Biocom está a satisfazer cerca de 40 por cento das necessidades de consumo de açúcar no país.

Adiantou que a meta é trabalhar para ganhar mais 20 por cento, para que no próximo ano possa cobrir 60 por cento das necessidades de consumo do país em açúcar.

Para isso, defendeu que a empresa terá de fazer mais investimentos, sobretudo, na parte agrícola, notando que este compromisso existe da parte dos accionistas.

"Para sermos auto-suficientes na produção de açúcar, os 40 por cento que faltarão, se calhar justificam que outros investidores privados se interessem em investir numa unidade agro-industrial do género em algum ponto do país, de preferência numa província por onde passa um caminho-de-ferro que leve a um porto comercial", disse o Chefe de Estado. 

 

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